O sistema judiciário brasileiro é composto por diversas instâncias e tribunais, sendo que os Tribunais Superiores desempenham um papel fundamental na resolução de conflitos e na definição dos rumos da política e da sociedade. Entre eles, destacam-se o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM). Cada um desses tribunais possui funções específicas que impactam diretamente a vida dos brasileiros.

Supremo Tribunal Federal (STF)
O STF é a mais alta instância do Poder Judiciário brasileiro e o responsável por garantir a Constituição Federal. Sua função principal é atuar como guardião da Constituição, assegurando que as leis e atos normativos estejam de acordo com os preceitos constitucionais. Em sua atuação, o STF lida com casos de grande repercussão, que envolvem questões constitucionais, direitos fundamentais e a estabilidade política do Brasil.
Além disso, o STF é responsável por julgar ações de inconstitucionalidade e a interpretação da Constituição, especialmente em casos que envolvem conflitos entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Supremo também possui competência para julgar ações que envolvem autoridades de alto escalão, como o Presidente da República, governadores e parlamentares, em questões de responsabilidade.
Um dos casos mais emblemáticos na história recente do STF foi o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Supremo foi responsável por validar o processo de impeachment, estabelecendo o rito jurídico que seria seguido pelo Congresso Nacional. O julgamento gerou intensos debates sobre a legalidade e a natureza política do processo.
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Já o STJ é o responsável por uniformizar a interpretação das leis federais em todo o país. Composto por 33 ministros, o STJ atua em questões que envolvem o direito federal, como crimes federais, contratos, e direitos dos cidadãos perante a União.
O STJ tem como principal função assegurar a aplicação correta das leis federais. Ele não julga questões constitucionais como o STF, mas tem competência para analisar casos que envolvem a legislação federal, sendo a última instância para tais decisões. A atuação do STJ é fundamental para garantir a uniformidade e a justiça no país, evitando decisões contraditórias em tribunais inferiores.
Um dos casos mais marcantes do STJ foi a liberação da prisão do presidente Lula, em 2019. A decisão permitiu que ele cumprisse sua pena em regime semiaberto, após passar um período preso devido a condenações no âmbito da operação Lava Jato. Esse julgamento foi extremamente controverso e gerou divisões políticas no país.
Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Por sua vez, o TST é o órgão máximo da Justiça do Trabalho no Brasil e tem a missão de garantir os direitos dos trabalhadores, assegurando que as normas trabalhistas sejam cumpridas. Ele atua no julgamento de questões que envolvem as relações de trabalho, incluindo disputas entre empregados e empregadores, além de interpretar e aplicar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Sua função é garantir que as leis trabalhistas sejam cumpridas e que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos.
Durante a greve dos caminhoneiros em 2018, o TST desempenhou papel crucial ao determinar medidas para minimizar os impactos da paralisação, que afetou todo o país. A corte considerou as reivindicações dos trabalhadores e determinou a volta ao trabalho, buscando equilibrar os direitos de greve com os danos causados à economia.
Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
O TSE é o órgão responsável por supervisionar as eleições no Brasil, garantindo que o processo democrático seja conduzido de maneira justa e transparente. Sua principal função é organizar e supervisionar as eleições, garantindo que sejam realizadas de acordo com a legislação eleitoral brasileira. O tribunal é responsável pela apuração dos votos, pela divulgação dos resultados e pela resolução de disputas eleitorais. O TSE também cuida da fiscalização de partidos políticos e campanhas eleitorais.
O TSE também tem sido responsável por coordenar as reformas no sistema eleitoral, incluindo mudanças nas regras de financiamento de campanhas e a criação do sistema de voto eletrônico, que aumentou a segurança e transparência das eleições.
Superior Tribunal Militar (STM)
Por fim, o STM é responsável por julgar os membros das Forças Armadas em casos que envolvem crimes militares. Sua atuação é limitada ao contexto militar, mas é essencial para a manutenção da disciplina e da ordem nas Forças Armadas.
Além disso, o STM é o órgão responsável por julgar os militares que cometem infrações durante o serviço ou em atividades militares. Embora sua atuação não envolva casos civis, é um tribunal importante para assegurar a hierarquia e a disciplina dentro das Forças Armadas.
O STM teve um papel importante na análise de casos que envolvem crimes cometidos por militares durante a ditadura militar no Brasil. Embora a justiça civil tenha lidado com muitos desses casos, o STM foi fundamental em avaliar as questões relacionadas à disciplina militar e as infrações cometidas por militares durante esse período.
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