Concessionárias de pedágio do Paraná (Foto: Ilustrativa/Dreamstime)

Segundo a decisão, não existem dúvidas sobre a existência de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na execução dos contratos de pedágio

O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, ordenou o bloqueio de até R$ 2 bilhões de cinco das seis concessionárias de pedágio do Paraná e dos diretores que estavam à frente da empresa nos anos em que ocorreram irregularidades.

Concessionárias do Paraná com bens bloqueados

As concessionárias que tiveram seus bens bloqueados são: Ecocataras, Ecovia, Caminhos do Paraná, Viapar e Econorte (e empresas do Grupo Triunfo). Segundo a decisão, expedida na terça-feira (19), o conjunto de provas já analisadas não deixa dúvida sobre a existência de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no contexto da execução dos contratos de pedágio de rodovias federais no Paraná.

Ainda segundo o juiz, a multa dada aos envolvidos é o valor máximo possível.“Foi considerada a quantidade máxima de pena de multa com o objetivo de assegurar lastro patrimonial para o pagamento das sanções caso venham a ser aplicadas como requerido nas denúncias. A maior gradação se deu porque, nesse momento, não é possível avaliar o montante a que cada um estaria sujeito em uma sentença condenatória”, escreveu.

Além do bloqueio de ativos, também foram “indisponibilizados bens imóveis encontrados em nome dos representados” e constrição de veículos.

Outro lado

A Ecocataratas, a Ecovia e a Econorte informaram que não irão comentar a decisão judicial. Já a Viapar declarou que está tomando as medidas cabíveis e também não irá se pronunciar no momento. A concessionária Caminhos do Paraná informou, por telefone, que não havia ninguém que pudesse responder oficialmente sobre o assunto e solicitou que novo contato seja feito em dia e horário comercial.

Rodonorte irá pagar multa de R$ 750 milhões

A RODONORTE FICOU DE FORA PORQUE JÁ FECHOU UM ACORDO DE LENIÊNCIA. (FOTO: REPRODUÇÃO/RICTV)

Apenas a Rodonorte ficou de fora da decisão, isso porque a concessionária fechou um acordo de leniência com a força-tarefa Lava Jato no dia 6 de março. Segundo o Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR), a Rodonorte reconheceu o pagamento de propinas para a obtenção de modificações contratuais benéficas à concessionária desde o ano 2000 e concordou em pagar uma multa de R$ 750 milhões, continuar colaborando com as investigações e, a título de reparação de danos, reduzir a tarifa de pedágio em 30% e a realizar obras rodoviárias no interesse direto dos usuários.

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