Vereadores da Câmara Municipal de Curitiba deverão ouvir nesta quinta-feira (1º), Rodrigo Binotto Grevetti, diretor de transporte da Urbs, que foi convocado para falar sobre a composição da tarifa técnica aplicada no transporte coletivo da capital. “Queremos aprofundar as informações sobre estes mais de sessenta itens que compõem a tarifa técnica, muitos dos quais, passíveis de irregularidades. Em um deles, um empresário já admitiu, junto à mídia, que o valor da bilhetagem eletrônica foi triplicado, o que é uma irregularidade que está gerando um lucro de mais de R$ 6 milhões ao ano”, destaca o presidente do colegiado da Câmara Municipal, Jorge Bernardi (PDT). De acordo com o parlamentar, a partir de agora, “todos os convocados são testemunhas e prestam juramento sobre suas declarações”.

Os questionamentos dos vereadores aos representantes da Urbs e do Setransp embasaram a apresentação de diversos requerimentos para a apresentação de informações à CPI. Uma das proposições solicita cópia dos balanços contábeis e do demonstrativo financeiro das empresas e consórcios que operam a Rede Integrada de Transporte (RIT).

Investigação

Com o objetivo de tentar baixar a tarifa, a CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Curitiba está focada em quatro pilares de investigação. Um deles é o suposto lucro excessivo das empresas, que, segundo Jorge Bernardi, deve passar de R$ 100 milhões. O segundo é o processo licitatório, com indícios de irregularidades. Há a desconfiança, entre os integrantes do colegiado, de que foram concedidos benefícios para empresas que já estavam no sistema.

Investiga-se também a composição tarifária. “Há suspeita de superfaturamento no processo de manutenção das catracas, conforme admitiu a Dataprom”, complementou o presidente da CPI. A quarta linha de investigação é sobre a suspeita de falta de recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) das empresas do sistema.