O governo anunciou, nesta terça-feira (6), que irá vender 100% do capital dos Correios. De acordo com o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, será realizado um leilão tradicional, em que o comprador levará os ativos e passivos da companhia.
A votação do projeto foi agendada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, para semana que vem, antes do recesso parlamentar. A aprovação da proposta é fundamental para que o governo consiga cumprir o cronograma de venda da empresa, cujo leilão está previsto para março de 2022.
Deputados paranaenses
O deputado federal Gustavo Fruet (PDT), se manifestou contrário à venda dos Correios neste momento. Para ele, o modelo de privatização apresentado não é o melhor. O parlamentar acredita que a capitalização seria uma alternativa viável e declarou que é a favor da competição.
“Primeiro, há outras formas de capitalização. Segundo, o governo está desesperadamente precisando de dinheiro e está colocando em valor só preço, sem se preocupar com serviço, qualidade, eficácia e acompanhamento. Terceiro, o Correio é superavitário. E quarto, o Correio cumpre um papel sem tirar mercado de quem quer que seja, principalmente em regiões distantes e carentes, onde não chegariam serviços com outro objetivo, se não tivesse a presença do Estado. É importante pensar em um mercado que tenha competição, que tenha alternativas e que o Correio tenha capitalização e boa gestão”
O deputado Zeca Dirceu (PT) também segue o posicionamento contra a venda da estatal. De acordo com ele, a companhia é uma empresa lucrativa e estratégica.
“Os Correios sempre deram lucro, dão lucro. Ao longo de 20 anos, se teve um ou dois anos que a empresa deu prejuízo foi muito e foi por motivos peculiares do momento, ajustes de contas, contábeis. Além de ser uma empresa lucrativa – e por isso ela não deve ser vendida –, é uma empresa estratégica, necessária para um país continental como o Brasil, que dificilmente uma empresa privada vai prestar serviços em regiões mais distantes, em regiões periféricas, ribeirinhas”
ponderou o deputado do PT.
A produção do Jornal da Manhã Paraná também procurouos deputados federais Filipe Barros (PSL), Aline Sleutjes (PSL), Aliel Machado (PSB), Vermelho (PSD), Pedro Lupion (DEM), Ricardo Barros (PP) e Diego Garcia (Cidadania), mas nenhum deles se manifestou sobre o projeto de privatização dos Correios.
Leilão dos Correios
Um estudo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) calculou que a empresa tem passivo de R$ 13 bilhões. O ativo circulante e não circulante somam R$ 14 bilhões, segundo o último balanço dos Correios. O lucro líquido da companhia no ano passado foi de R$ 1,5 bilhão.
O governo ainda não tem valor previsto para a privatização, que dependerá do edital e de uma avaliação mais profunda das contas da estatal.