O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou uma reunião da Mesa Diretora para esta terça-feira (03). A pauta é a revisão da cota de passagens aéreas para cônjuges de parlamentares. “Reconheço que a repercussão foi muito negativa”, afirmou Cunha.
O benefício foi aprovado pela Mesa Diretora na última quarta-feira (25). No ato da Mesa, o presidente da Câmara alegava que a Constituição “dispensou especial proteção à família, privilegiando a unidade familiar”. Nesta segunda-feira, Cunha disse à imprensa que não houve entendimento correto da situação e que se passou à sociedade a impressão de que o benefício era uma “regalia”.
O presidente se disse subordinado à vontade da opinião pública e afirmou que cabe aos componentes da Mesa assumirem a culpa. “Haverá um recuo, sim, com relação a essa situação”, declarou. Apesar de defender agora uma revisão do benefício, Cunha lembrou que cabe à Mesa a decisão de revogar a cota. “Não pode a decisão da Mesa ter causado o desgaste e eu ser o salvador da pátria e revogá-la”, justificou.
Cunha vai sugerir que a Mesa crie condições excepcionais para o uso de passagens para maridos e esposas de parlamentares com autorização da Casa, como já acontece com assessores. “Se a repercussão não foi positiva, por que manter?”, questionou.
Notícias Relacionadas
Mais de 300 mil internautas assinam petição contra beneficio
A decisão da Mesa Diretora da Câmara de estender a maridos e esposas de deputados o direito às passagens aéreas, pagas com o dinheiro da cota reservada, gerou uma série de críticas da opinião pública.
A ONG Avaaz já reuniu mais de 400 mil assinaturas contra o benefício em um abaixo-assinado on line. Além disso, a entidade ppromoveu um “telefonaço” para a o gabinete do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a fim de pressionar o parlamentar.
A ONG lembra os internautas que a decisão modificou também outros benefícios dos deputados, causando um impacto anual de R$ 150 milhões aos cofres públicos. A Avaaz considera a decisão como um retrocesso, já que a Casa havia proibido a compra de passagens aéreas por parentes.
