Um milhão de alunos, de 2,5 mil escolas em todo Paraná já somam quase 50 dias sem aulas em 2015

O Governo do Paraná anunciou nesta quinta-feira (14) o envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa para o reajuste dos salários do funcionalismo público. O índice definido pelo Governo foi de 5%, a ser pago em duas parcelas. Com o projeto, o Governo considerou encerrada as negociações com os sindicatos que representam servidores públicos, incluindo os professores, em greve há 18 dias.

Calendário Escolar

A Secretaria Estadual de Educação (Seed) acredita que o recesso previsto para julho nas escolas estaduais já está comprometido em decorrência da greve dos professores, que já dura 18 dias e, pelo menos até esta sexta-feira (15), quando uma nova rodada de negociações está marcada, não têm data para acabar. A secretaria aguarda o encerramento da paralisação para um diagnóstico mais preciso sobre o novo calendário escola, mas incluir aulas aos sábados também não está descartado.

Um milhão de alunos, de 2,5 mil escolas em todo Paraná já somam quase 50 dias sem aulas em 2015. A primeira greve da categoria começou no dia 09 de março e durou um mês. Somadas, as duas greves já consumiram 31 dias letivos dos alunos. O governo do Estado deve oferecer pelo menos 200 dias letivos durante o ano.

Para a nova secretária da Educação, professora Ana Seres, os estudantes mais prejudicados são os aqueles que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares. Desde que assumiu o cargo, na semana passada, Ana Seres tem feito um apelo aos educadores, para que retomem as aulas. De acordo com ela, considerando o cenário até o momento, terá que ser utilizado todo o recesso de julho (uma semana que havia restado para férias, devido à primeira greve) e parte dos sábados disponíveis.

A Seed afirma que cada Núcleo Regional de Educação (NRE) tem uma realidade diferente e os detalhes da reposição do conteúdo precisarão ser acertados, pois há casos de escolas fechadas, abertas ou parcialmente funcionando. A intenção é encerrar as aulas até 23 de dezembro, mas isso só será possível de definir com precisão após o fim da greve.

A secreária educacional do Sindicato dos professores estaduais (APP-Sindicato), Walkíria Olegário Mazeto, acredita que ainda é possível fechar o conteúdo aos alunos este ano, usando alguns sábados e o recesso previsto para julho. Mazeto afirmou que os professores estão dispostos a acabar com a greve, mas para isso o governo estadual precisa dialogar com os servidores. O principal ponto que está travando as negociações é a data-base dos servidores, que prevê a reposição da inflação dos últimos 12 meses, que ficou em torno de 8,17%, diz a APP.

Para o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, isso é uma afronta aos servidores que tentam, desde o início do ano, diálogo com o Governo. Segundo ele, o governo do Estado, através do secretário da Fazenda Mauro Ricardo Costa, tenta estabelecer um projeto que penaliza os servidores pelo rombo nas contas do Estado.

Segundo o sindicato que representa os professores estaduais, a greve continua. Nesta sexta-feira (15), o comando estadual de greve deverá fazer as avaliações sobre o momento. Não há, a princípio, data para realização de assembleia e o sindicato tomará todas as medidas, sejam jurídicas ou administrativas, para defender a categoria, afirma em nota.

Confira abaixo como foram os protestos realizados nesta manhã: