
Além de Beto Richa, todos os outros presos, com exceção de Fernanda Richa, tiveram suas prisões prorrogadas por tempo indeterminado
O juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, converteu a prisão do ex-governador Beto Richa de temporária para preventiva na noite desta sexta-feira (14). Com isso, o político não tem data para sair da cadeia.
Já Fernanda Richa, esposa do candidato ao Senado pelo PSDB e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social, deverá sair da prisão no sábado (15), dia que vence a sua prisão temporária. Os irmãos Robson e Emerson Cavanhago e André Felipe Bandeira, irmão de Túlio Bandeira que continuará preso, também deverão ser soltos no sábado.
Outros nove presos durante a Operação Rádio Patrulha, deflagrada pelo Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), também tiveram suas prisões prorrogadas por tempo indeterminado. São eles:
José Richa Filho (Pepe Richa) – irmão de Richa e ex-secretário de Infraestrutura
Ezequias Moreira Rodrigues – ex-secretário de cerimonial de Beto Richa
Luiz Abi Antoun – primo de Richa
Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete de Beto
Celso Antônio Frare – empresário da Ouro Verde
Edson Luiz Casagrande
Túlio Marcelo Dening Bandeira – advogado
Aldair Wanderlei Petry –
Dirceu Pupo Ferreira – contador
Já o empresário Joel Malucelli, da J.Malucelli, que se entregou à Justiça nesta sexta (14), deverá cumprir seus cinco dias de prisão temporária.
Defesa Beto Richa pede a Gilmar Mendes a revogação da prisão
Também nesta sexta-feira, a defesa de Beto Richa recorreu ao Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar anular a prisão do tucano detido desde a terça-feira (11). O magistrado já afirmou em entrevista que considerou a ação um abuso de poder por parte do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e que ações orquestradas no período eleitoral além de tumultuar as eleições também são suspeitas.
De acordo com o MP-PR, o pedido feito ao ministro deixou de valer com a conversão da prisão do político. Agora, a defesa de Beto deverá expedir outro pedido, desta vez sobre a prisão preventiva.
Depoimentos
Richa preferiu manter silêncio durante o seu depoimento ao Gaeco em Curitiba, nesta sexta-feira (14). Segundo Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, ele não quis se manifestar nem quando indagado sobre algum assunto. “O ex-governador Beto preferiu silenciar e silenciou integralmente e não quis sequer fazer comentários sobre alguns aspectos que lhe foram perguntados”, disse durante coletiva de imprensa.
Enquanto o marido não quis se manifestar, Fernanda Richa optou por falar. Ainda segundo Batisti, durante o seu depoimento a ex-secretária atribuiu ao contador da família – Dirceu Pupo, também preso na terça (11) – todos os atos. “Ela, principalmente, explicou que as eventuais responsabilidades das questões cabiam ao administrador da empresa da família ou das empresas da família. Especificamente, ao contador Pupo, em quem ela disse ter confiança e, portanto, era ele que realizava todas as atividades na administração da sociedade”, informou.
De acordo com o MP-PR, Carlos Alberto Richa é investigado por suspeita de coordenar um esquema de pagamento de propinas, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e direcionamento de licitações de empresas durante a vigência do programa estadual ‘Patrulha do Campo’. Segundo a promotoria, Beto fazia lavagem de valores ilícitos com apoio da mulher, Fernanda Richa. Motivo pelo qual, ela também está presa.