Greve de ônibus deve entrar no 3° dia com pelo menos 80% da frota circulando em Curitiba e Região Metropolitana. Sindicato dos motoristas e cobradores se comprometeu em cumprir a determinação e presidente pediu que trabalhadores se dirigissem para as garagens.
A Justiça do Trabalho determinou na tarde desta terça-feira (27), segundo dia de greve geral no transporte público de Curitiba e Região Metropolitana, o retorno de 80% da frota de ônibus até que a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) cumpra o compromisso assumido de repassar R$ 5 milhões para a Urbs (Urbanização Curitiba S.A) até quinta-feira (29). Se o deposito for confirmado, então a determinação é para que a greve seja encerrada e 100% da frota volte a operar.
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Durante nova audiência realizada nesta tarde no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR), em Curitiba, a Comec propôs que o saldo restante da dívida, de R$ 10 milhões, seja parcelado em sete vezes e alfinetou: ”R$ 15 milhões não é o que realmente faz falta a um sistema que movimenta R$ 840 milhões por ano”, disse Omar Akel, presidente da Comec.
O presidente do Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitasna), Anderson Teixeira, já havia proposto o retorno dos ônibus no regime determinado em liminar até que o deposito da Comec fosse repassado para as empresas. Porém, o advogado do Setransp (Sindicato das Empresas de Trasnporte Metropolitano), Carlos Roberto Ribas Santiago, disse que o Sindimoc não poderia condicionar o retorno dos ônibus a uma proporcionalidade da frota que já não cumpriu.
Existe uma ordem judicial, expedida no último sábado (24), determinando que nesta segunda-feira (25), primeiro dia da greve, 70% dos ônibus deveriam operar nos horários de pico, sob pena de multa diária em caso de descumprimento. A liminar não foi cumprida pelo Sindimoc e na segunda-feira (26) a multa subiu para R$300 mil ao dia. Mesmo assim, nesta terça-feira (27), as ruas da capital e região metropolitana amanheceram sem nenhum ônibus circulando.
Em nota publicada nesta segunda no site do Sindimoc, a categoria avisava que a greve “não terminará apenas com o pagamento dos vales atrasados”. Além do adiantamento que deveria ter sido pago pelas empresas no último dia 20, os trabalhadores solicitam a “resolução integral dos recorrentes atrasos salariais e do impasse político que está gerando o caos no transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana”.
Ao final da audiência desta terça-feira, Anderson Teixeira solicitou que os motoristas e cobradores seguissem a determinação da Justiça e colocassem a frota mínima para circular. Até as 19 horas, no entanto, os poucos ônibus circulavam pela cidade andavam sem cobradores e com as catracas liberadas.
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O foco da audiência desta terça-feira foi o retorno dos ônibus às ruas e a definição do pagamento do adiantamento salarial, que deveria ter sido pago no último dia 20. A Justiça do Trabalho definiu que as outras reivindicações dos trabalhadores, e as questões relacionadas aos dias parados e à aplicação de multas por descumprimento de ordem judicial vão ser discutidas na sequência.
Será realizada nova audiência no dia 5 de fevereiro, marcada para as 14h30, para dar prosseguimento do dissídio da categoria e as discussões relativas à data-base de motoristas e cobradores. Antes disso, no dia 2 de fevereiro, haverá ainda uma reunião na Superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego para tratar do atraso no recolhimento do FGTS e pagamento de férias por parte de algumas empresas.