Caso a assembleia dos cobradores e motoristas do transporte coletivo decida pela greve, pelo menos 70% dos ônibus deverão permanecer em operação nos horários de pico e 40% nos demais horários. A decisão é da juíza Anelore Rothenberger Coelho, da 18ª Vara do Trabalho de Curitiba, atendendo parcialmente o pedido de medida cautelar da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs).

Na tarde dessa segunda-feira (24), a URBS entrou com ação inibitória na Justiça do Trabalho pedindo que, caso ocorra greve, a categoria mantenha 80% da frota em circulação nos horários de pico e 60% fora desse horário, segundo informou a assessoria de imprensa da URBS.

Caberá à Urbs identificar as linhas e horários a serem cumpridos pelos motoristas e cobradores, dentro dos percentuais estabelecidos e, havendo descumprimento, a multa será de R$ 10.000,00 por dia, enquanto durar a desobediência, para o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).

Para fins de cumprimento da determinação, são considerados horários “de pico” entre 6h e 8h e entre 17h e 19h, de segunda à sexta-feira e, aos sábados, somente das 6h às 8h; não há horários de pico aos domingos.

A Justiça do Trabalho determinou ainda a expedição de Mandado Proibitório para que o SINDIMOC e os participantes da greve, se deflagrada, abstenham-se de praticar quaisquer atos que subvertam o sistema, como o uso de “catraca livre” ou “operação padrão” e qualquer ato de vandalismo contra ônibus, estações-tubo, pontos de ônibus, evitando-se violência, turbação e esbulho. No caso de descumprimento desta determinação, incidirá multa diária de R$ 10.000,00 que pode ser cumulativa com a multa anterior (sobre frota mínima).

O presidente do Sindimoc Anderson Teixeira, disse lametar que a Urbs procure primeiro a justiça, ao invés de tentar antes uma negociação com os funcionários. “Entendemos que essa ação seria natural, mas após a decisão. Isso nos mostra que os únicos interessados na negociação somos nós trabalhadores”, criticou.

A categoria irá decidir se entra ou não em greve nessa terça-feira (25), numa assembleia convocada pelo Sindimoc, às 20 horas, na Praça Rui Barbosa. Caso os trabalhadores não aceitem as propostas apresentadas pelas empresas, devem parar a partir de meia noite de quarta-feira (26).

Os motoristas e cobradores anunciaram indicativo de greve após o sindicato patronal ter acenado por proposta abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), já apresentado anteriormente pelo Setransp. A categoria pede um aumento real de 16% para motoristas e 22% para os cobradores, mais a correção da inflação.