Após terem seus mandatos cassados em decisão liminar da Justiça Eleitoral, o prefeito de Agudos do Sul, Jesse da Rocha Zoellner (PP), e o vice-prefeito Antônio Gonçalves da Luz (PSD) foram reconduzidos aos seus cargos até que o recurso contra a perda dos mandatos seja julgado.

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Em decisão liminar, a juíza Flavia da Costa Viana, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), acatou o pedido da defesa e suspendeu a cassação dos mandatos por abuso de poder econômico durante as últimas eleições suplementares na cidade, realizadas em abril de 2022.

“Por qualquer ângulo que se analise a questão, portanto, conclui-se que os efeitos da decisão do Juízo de
origem devem permanecer suspensos até o julgamento final do recurso eleitoral por esta Corte”, afirma o despacho da juíza.

A decisão anterior, do juiz eleitoral Thiago Bertuol de Oliveira, da 144ª Zona Eleitoral de Fazenda Rio Grande, destacava a existência de “provas robustas” de que o então candidato efetuou a “compra de votos” de ao menos dois eleitores utilizando transferências de valores via PIX. O juiz também havia determinado que o presidente da Câmara de Vereadores, Nei Rocha (MDB), deveria assumir imediatamente o cargo de prefeito.

Além da cassação dos mandatos do prefeito e do vice-prefeito, o juiz tinha decidido que os dois ficariam inelegíveis pelos próximos oito anos, além de terem que pagar multa. Decisões que também ficarão suspensas até a análise do recurso.

Eleição fora de época

A eleição suplementar na cidade ocorreu em abril de 2022, depois que a prefeita eleita em 2020, Luciane Maria Teixeira (MDB), teve o registro da sua candidatura negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque foi considerada inelegível.

Na época, Jesse era presidente da Câmara de Vereadores local e se candidatou. A disputa foi contra Diego Luis Teixeira (MDB), que foi quem protocolou a denúncia no MPE sobre a compra de votos.

Dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) mostram que Jesse foi eleito com 3.117 votos (52,56%), contra 2.813 votos (47,44%) do seu oponente, Diego. A cidade registrou um total de 5.930 votos.

A ação é uma tentativa do candidato derrotado na eleição de afastar o Prefeito e Vice legitimamente escolhidos pelos eleitores de Agudos do Sul.

Não houve a alegada compra de votos. A decisão de 1ª instância considerou verdadeira versão não confirmada pelas provas. Além disso, surpreendeu ao determinar o afastamento imediato do cargo, em claro desrespeito ao Código Eleitoral.

A defesa do Prefeito já apresentou recurso e pediu ao TRE a suspensão da ordem de afastamento. O pedido liminar foi deferido e o Prefeito permanecerá no cargo. Confia-se que o Tribunal fará justiça com a sua absolvição.

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Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.