Quando quase todo mundo achava que o ex-governador Roberto Requião estava enquadrado, o senador ressurge com uma demonstração de força que embaralha a disputa ao governo do estado.
A eleição que se mostrava uma polarização entre o PT de Gleisi Hoffmann e o PSDB do governador Beto Richa ganha contornos bem mais imprevisíveis.
Requião superou de uma vez só a presidência do seu próprio partido no Paraná, o ex-governador e principal desafeto atual (Orlando Pessuti), deputados e secretários estaduais em mandato, além do governo estadual, que queria os peemedebistas na coligação.
A busca dos votos dos convencionais do PMDB (de políticos, portanto) deu resultado – e, como se viu na convenção, com boa dose de truculência.
A busca por votos dos eleitores, que no fim das contas definem as coisas, será um pouco mais complicada.
Requião terá de superar altas taxas de rejeição num eleitorado que já o teve como governador por três vezes. Somente o jogo de palavras normalmente fortes talvez não seja suficiente.
Mesmo assim, Requião já complicou a vida de Gleisi Hoffmann e põe pressão na campanha de Richa.
Qual será a participação de Lula e Dilma no Paraná? O risco de melindrar o PMDB nacional do vice Michel Temer é grande. Os dois vão pedir, pra valer, votos para a ex-ministra da Casa Civil?
Qual será o impacto dos ataques a Beto Richa? Da grande tribuna Twitter, Requião não cansa de atacar o governador. Dá pra imaginar o que virá na eleição.
Resumindo: tempos quentes à frente. É só terminar a Copa.