Mais uma vez as testemunhas convidadas pelo Conselho de Ética da Câmara para prestar depoimento no caso do deputado André Vargas (sem partido-PR) não compareceram a reunião do colegiado. A comissão convidou oito testemunhas para falar sobre o envolvimento do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef,  e pela segunda vez todas elas faltaram à reunião.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra Vargas, decidiu que o presidente do PT, Rui Falcão, não será mais ouvido, assim como o líder do partido, Vicentinho (PT-SP). Nas duas ocasiões, os petistas sequer responderam à notificação entregue pelo Conselho.

Nos outros casos, em que as testemunhas apresentaram algum tipo de explicação, Delgado estabeleceu uma agenda de depoimentos que começarão a ser tomados na próxima semana.

Cândido Vaccarezza (PT-SP) será o primeiro a ser inquirido na tarde da próxima terça-feira, 1º de julho. No dia seguinte, o colegiado ouvirá os donos do laboratório Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, suspeitos de ter conseguido contrato com o Ministério da Saúde, a partir de um pedido de Vargas.

O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, suspeito de intermediar as negociações, novamente, afirmou que não poderia comparecer. “Isso fez com que a gente provocasse uma diligência, requerendo ao Ministério da Saúde todas as audiências celebradas entre as empresas de agosto de 2013 até hoje”, disse o relator.

Bernardo Tosto, proprietário da aeronave usada por Vargas, e fretada pelo doleiro Alberto Youssef, disse que responderia as perguntas por escrito. Júlio Delgado espera receber as informações na próxima semana.

A última testemunha indicada pelo conselho será o doleiro. Youssef, que está preso em Curitiba, terá que ser ouvido em uma videoconferência marcada para o início da tarde do próximo dia 2 de julho.

“Logo depois da oitiva de Youssef, que é uma testemunha arrolada pela relatoria e pela defesa, vamos começar a ouvir as testemunhas da defesa convocadas para os dias 2 e 3 de julho”, explicou.

Júlio Delgado voltou a afirmar que tentará cumprir os prazos e concluir o relatório sobre o caso antes do início do recesso parlamentar, marcado para o dia 17 de julho. “Muitas vezes a ausência significa que a pessoa não quer dizer, e não querendo, ela diz muita coisa, e ainda há manobras claramente protelatórias”, afirmou Delgado.

Ele se referia a explicação do empresário Luiz Veloso, do Paraná, indicado por Vargas para testemunhar em sua defesa. “Ele disse que só poderá depor depois da Copa do Mundo. Deixou claro que por mais compromisso e agenda que tenha não há interesse de contribuir com os trabalhos do Conselho de Ética”.