Curitiba - O ex-policial penal Jorge Guaranho, réu no processo que investiga a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, chegou na manhã desta quarta-feira (12) para o segundo dia de julgamento no Tribunal do Júri, em Curitiba. Acompanhado dos advogados, o réu desceu do veículo e caminhou até a parte interna do tribunal com auxílio de muletas.

O advogado Samir Mattar Assad, responsável pela defesa do réu, destacou que o ex-policial sofre com uma lesão neurológica, devido aos disparos e a agressão sofrida no dia do crime.
“Ele sofreu nove disparos de arma de fogo, tem um projétil alojado no cérebro, tem sequelas irreversíveis de caráter neurológico e cognitivo. Não lembra de nada da época, foi reportado por imagens e pelo que consta no processo”, comentou Samir Mattar Assad.
Sobre o julgamento, Samir avalia que os primeiros depoimentos descartam que o crime tenha motivação política. Conforme o advogado, algumas testemunhas não ouviram músicas em alusão a Bolsonaro e nem que Guaranho tenha dito frases em alusão ao ex-presidente, diferente dos depoimentos prestados por testemunhas da acusação.
“As contradições estão entre as próprias testemunhas. Testemunhas que estavam ao lado da vítima e do seu Jorge na dinâmica dos fatos e acabaram não ouvindo música, por exemplo. E outras testemunhas que estavam no fundo do salão teriam escutado determinadas palavras. Ficou descaracterizado no entender da defesa a motivação política”, explicou Samir.
Nesta quarta-feira (12) serão realizados novos depoimentos, incluindo a esposa de Jorge Guaranho. O advogado não quis adiantar detalhes sobre a tese de defesa, porém, garantiu que os jurados estarão aptos para fazer justiça.
“Estamos conseguindo desconstruir toda narrativa que foi feita durante a tese processual. A tese não tenho como adiantar, por questão de estratégia, mas pode ter certeza que os jurados terão condições plena de fazer justiça”, finalizou o advogado.
Confira o vídeo do momento da chegada de Jorge Guaranho ao Tribunal do Júri:
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