Curitiba - Em entrevista concedida pouco antes do início do segundo dia do julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, em julho de 2022, a viúva da vítima afirmou que o crime teve clara motivação política. Primeira testemunha a ser ouvida pelo Tribunal do Júri no primeiro dia do julgamento, Pâmela Suellen Silva, voltou a destacar na manhã desta quarta-feira (12) que o réu só foi até a festa de aniversário de seu marido por não gostar do tema da celebração, que homenageava o Partido dos Trabalhadores (PT).

Júri do réu Jorge Guaranho deve se estender até quinta-feira (13)
Julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho está no segundo dia (Foto: Vanessa Fontanella/ RICtv)

“Houve o crime de homicídio, ele aconteceu. Agora, o motivo que levou o Guaranho até a festa do Marcelo, não foi outro, foi político. Porque nós não conhecíamos esse cidadão. Ninguém conhecia o Guaranho. Então, até hoje a gente até gostaria de saber o que que ele foi fazer lá, se não foi uma motivação política? Nós não conhecíamos ele, ele foi para lá, nos ofendeu, nos xingou, com relação à temática ali da festa do Marcelo. Se não foi a motivação pela decoração, por um balão vermelho e branco, então ele que fale qual foi a motivação e o que ele foi fazer lá”, declarou Pâmela, que diz esperar pela condenação de Guaranho.

“Rever tudo, toda aquela situação ali, repetidamente, e ficar questionando sobre aquele momento, não foi nada fácil, sabe? Para ninguém da família. Acho que hoje se conclui esse julgamento e vamos ver o que vai ter hoje, né? Nós esperamos a condenação, certamente. Ele matou uma pessoa, ele vai ter que cumprir essa pena. Ele matou o Marcelo”, complementa.

Viúva da vítima, filhos e familiares acompanham a sessão no Tribunal do Júri
Viúva de Marcelo Arruda reafirma que crime teve motivação política (Foto: reprodução / RICtv)

Defesa diz que motivação política “está absolutamente descartada”

Por outro lado, a defesa do ex-policial penal afirma que conseguirá comprovar que não houve motivação política para o crime. De acordo com o advogado Samir Mattar Assad, o seu cliente “em nenhum momento teve a intenção de ceifar a vida do senhor Marcelo, que não passou de uma grande tragédia com vários fatores que contribuíram para esse final trágico”.

Ainda conforme a defesa do réu, existem “diversas incongruências que demonstram que esse processo tramitou de uma maneira muito equivocada”. Para advogado, a tese de que Guaranho atirou em Arruda por não ter gostado da temática político-partidária da festa deve ser descartada pelo júri, devido a uma série de contradições dos depoimentos.

“Testemunhas que estavam ao lado da vítima e do senhor Jorge, ali na dinâmica dos fatos, que acabaram não ouvindo música [o jingle de campanha que Guaranho teria colocado para tocar no rádio do carro] , por exemplo, e outras testemunhas que [estavam] no fundo de um salão onde havia música ambiente e teriam escutado determinadas palavras. Então ficou muito descaracterizado, no entender da defesa, essa questão da motivação política”, conclui o advogado. Ao contrário da viúva de Arruda, ele acredita que o julgamento só terminará na quinta-feira (13).

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui        

perfil Luciano Balarotti
Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.