O leão Rawell chegou ao zoológico de Curitiba na noite de quinta-feira (09). Ele havia sido roubado de um criadouro em Monte Azul Paulista (SP) e levado para um outro recinto em Maringá, no norte do Paraná .
A pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o felino ficará em Curitiba até que se decida a posse definitiva dele, sendo o zoológico determinado fiel depositário.O leão passará por avaliações clínicas e poderá ser visto pelos visitantes somente quando estiver adaptado ao novo ambiente.
O superintende de controle ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Raphael Rolim de Moura, conta que foi necessário realizar algumas mudanças para a recepção do leão Rawell. O felino será acomodado no recinto de exposição atual do leão (Simba, 13 anos), devido à proximidade do recinto das duas leoas gêmeas (Nala e Leona) que não podiam ficar juntas com o novo leão, pois o Simba é o pai delas.
“Deste modo, asseguramos oferecer excelentes condições para que este felino viva da melhor forma possível sua vida animal. Temos como foco principal a educação ambiental, e recebemos em sua maioria apenas animais selvagens em risco apreendidos, de comércio ilegal, atropelados ou que necessitem de cuidados médicos-veterinários especiais, como o Rawel”,explica.
A operação de transferência do leão teve a participação de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Universidade Federal do Paraná, Instituto Ambiental do Paraná, Polícia Civil do Paraná e Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Entenda o caso
O leão, de nove anos, é alvo de uma disputa entre o seu antigo proprietário, Ary Marcos Borges e Oswaldo Garcia Júnior. Borges está sendo investigado depois de roubá-lo do Criadouro Conservacionista São Francisco de Assis, em Monte Azul Paulista, instituição que abrigava o animal desde 2009.
Rawell foi entregue a Borges, que mora em Maringá (PR), há mais de cinco anos após o fechamento de um circo. Sem estrutura para manter a fera, ele diz ter feito a doação provisória ao criadouro no interior paulista. Ele alega que, como Oswaldo recebeu o bicho e não queria devolvê-lo, ele resolveu pegá-lo de volta por conta própria.
Agora, o Ibama estuda multar o criador de Maringá. De acordo com o órgão, como fiel depositário, Borges deveria manter o animal sob sua responsabilidade o tempo todo, ou seja, não poderia tê-lo doado a um terceiro e nem mesmo transportado a fera pelas estradas do País.