Na manhã deste sábado (05) aproximadamente 400 mulheres que lutam contra o machismo em Curitiba se reuniram na Praça 19 de Dezembro, no Centro da Capital, para a manifestação feminista conhecida mundialmente como “Marcha das Vadias Curitiba”. O objetivo do protesto é conscientizar a população sobre os direitos das mulheres. Cerca de 2 mil pessoas haviam confirmado presença na página do evento no Facebook.
Após a concentração, as manifestantes seguiram para a Praça Tiradentes, para um ato na Estátua de N. Sra da Luz, na Catedral de Curitiba. A passeata terminou na Boca Maldita. Veja como foi a concentração da Marcha na Praça da “Mulher Nua”:
A ativista Jussara Cardoso, uma das organizadoras da “Marcha das Vadias Curitiba”, lembra que o Paraná é o terceiro estado em número de assassinato de mulheres. “A grande maioria dos casos são crimes passionais, cometidos pelo companheiro ou ex-parceiro das vítimas”, destaca.
A Marcha das Vadias acontece todos os anos em países como EUA, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Holanda, Suécia, Argentina e Índia. Além de Curitiba, outras capitais brasileiras como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Florianópolis, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e Natal também realizam o protesto.
A “Marcha das Vadias” foi idealizada a partir de um fato ocorrido em 2011, em Toronto, no Canadá, quando um policial aconselhou que mulheres não se vestissem “como vadias” para evitar que fossem vítimas de abuso sexual.
O acontecimento repercutiu na imprensa mundial e nas redes sociais, aquecendo um incômodo que já existia: o costume de culpabilizar a vítima nos casos de violência sexual. O movimento feminista combate a crença de que a violência contra a mulher é fomentada por elas mesmas. A primeira manifestação reuniu 3 mil pessoas nas ruas de Toronto.
Quem são as vadias
De acordo com o movimento, o termo que intitula a marcha carrega uma diversidade de significados opressores. A atitude de utilizar o termo “vadia” como julgamento de valor é extremamente preconceituosa, sugerindo que existe um modelo conservador de feminilidade que está sendo quebrado.
“Vadia” é um xingamento com raízes históricas no patriarcado. E afinal, por que não se pode ser “vadia”? O movimento feminista estimula uma leitura diferente e muito mais atual do vocábulo. De acordo com Jussara Cardoso, uma das organizadoras da “Marcha das Vadias Curitiba”, “vadia virou sinônimo de mulher que luta e não se cala”.