Protesto deve reunir mais de 50 mil professores e demais servidores estaduais

Terminou sem acordo a reunião desta terça-feira (19) entre representantes do Governo do Paraná e servidores públicos do Estado. Segundo o APP-Sindicato, o governo não apresentou uma nova proposta e os professores continuam em greve por tempo indeterminado. Além deles, servidores estaduais de outras categorias pressionam por um reajuste superior aos 5% proposto anteriormente e a possibilidade de uma greve geral fica mais próxima.

Protestos

Milhares de professores e servidores estaduais de outras categorias ocupam a frente do Palácio das Araucárias, sede do Governo Estadual, no Centro Cívico de Curitiba nesta terça-feira. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato) espera que 100 mil pessoas participem do ato em todo o Paraná. A caminhada saiu das Praças Santos Andrade e Rui Barbosa, no Centro. Em Curitiba, 10 mil pessoas participam da marcha, segundo a PM e 30 mil de acordo com a categoria.

De acordo com a APP-Sindicato, foram convidados 21 fóruns sindicais para a reunião que acontece neste momento com o secretário da Casa Civil Eduardo Sciarra. Independente do que for definido hoje, os professores afirmam que a greve só irá acabar após assembleia, que poderá ser marcada daqui a dois dias.

Para a diretora financeira da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, o governador tem condições de dar um reajuste maior. “O governo tem insistido para voltar, mas ele tem que nos atender, temos estudos que mostram ser possíveis sim aplicar os 8.17%”, concluiu.

Além dos professores, a expectativa dos organizadores é que os trabalhadores da Saúde, agentes penitenciários e servidores do Detran-PR engrossem o coro contra a proposta de reajuste salarial de 5%, parcelada em duas vezes, feita pelo Governo na última semana. Os servidores reivindicam que o reajuste seja sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que é de 8,17%

Na tarde desta segunda-feira (18), o Governo do Estado suspendeu o envio do projeto  de lei que trata do reajuste salarial dos servidores. O Governo justificou que o projeto ainda precisa de mais análises sobre o impacto financeiro nas contas do Estado, mas que deve ser encaminhado para aprovação na Assembleia Legislativa nos próximos dias.

Apesar do recuo do Governo, o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, que representa os sindicatos de todas as categorias de servidores, não retirou o indicativo de greve geral a partir desta terça-feira (19). A greve dos professores já está na segunda deflagração de 2015 e, somadas as duas paralisações, já deixou os estudantes da rede estadual sem aula durante mais de 50 dias.