As ocupações de 109 moradias, no bairro Ganchinho, em Curitiba, foram sorteadas para habitantes em áreas de risco nas vilas Coqueiros, Americanas, Nova Aurora, Rex, Mariana e Esmeralda, nesta segunda-feira (18). O conjunto teve investimento de 4,8 milhões, com recursos do programa Minha Casa Minha Vida.
As vilas de onde serão retiradas as famílias ficam às margens de dois rios da cidade – as três primeiras margeiam o Arroio Boa Vista, no Sítio Cercado e as restantes ficam na beira do Ribeirão dos Padilha, no Xaxim. As casas que estão dentro da faixa de preservação dos rios serão demolidas, pois apresentam riscos aos moradores. As famílias passarão a viver em sobrados de boa qualidade, em local seguro e regularizado.
O residencial Novo Bairro III faz parte de um complexo de habitações que estão alterando o cenário do bairro Ganchinho. Ao todo 2.796 moradias estão sendo entregues no local, fato que vai duplicar a população do bairro e em consequência movimentar a economia local.
Sorteio
Os futuros moradores do conjunto compareceram à sede da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) para participa do sorteio que definiu a ocupação das unidades. Para tal, foi utilizado um sistema informatizado desenvolvido por técnicos da Caixa Econômica Federal. Aleatoriamente o sistema sorteou o nome do titular e o número da residência a ser ocupada.
Os moradores de uma mesma vila que desejaram permanecer com os vínculos de vizinhança puderam dar seus nomes a técnicos da Cohab e foram sorteados juntos, para continuarem morando lado a lado. Os imóveis de esquina, que possuem os terrenos maiores, foram destinados para moradores que possuem comércio em casa ou os de família numerosa – para possibilitar ampliação da moradia.
A auxiliar de costura Cléia Camargo, de 26 anos, mãe de quatro filhos, é nascida e criada na Vila Americana. Agora ela deixará o local, na beira do rio. “Estava dando medo de a minha casa desabar porque tinham muitas rachaduras na parede e no chão”, conta. No sobrado de esquina ela pretende fazer melhorias e ampliação. “Quero deixar tudo muito caprichado, pois vai ser uma nova vida”.
O motorista Carlos Piras, de 46 anos, vai poder criar a pequena Renata, de cinco meses, já na casa nova. Ele e a esposa Luciane dos Santos vivem há 15 anos na Vila Coqueiros e também enfrentam problemas de rachaduras na casa. “A casa está cedendo, o chão abrindo. Eu ia fazer um esforço para reformar, mas a entrada da Cohab na vila foi muito melhor que o esperado e vamos poder ir para um sobrado novo”, diz Piras.