O motorista do ônibus que despencou em uma ribanceira na Régis Bittencourt, na madrugada de domingo (22), foi ouvido pelo delegado Renato Gonçalves Collete e liberado depois de fazer exames toxicológicos para apurar se estava alcoolizado ou sob efeito de alguma substância no momento do acidente. De acordo com o delegado, o motorista, que não teve o nome divulgado, foi indiciado por homicídio culposo.
Segundo o delegado, o motorista declarou que não percebeu nenhum obstáculo na via ou problemas no motor e que iria revesar a direção com outro condutor na próxima parada. O motorista colaborou com a polícia e prestou assistência no local do acidente. O delegado informou ainda que não há indícios de que o ônibus tenha batido ou brecado bruscamente na estrada, o que pode indicar que o motorista cochilou ao volante.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, o veículo da Empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha partiu de Curitiba para o Rio de Janeiro com 53 passageiros, sendo duas crianças, e o motorista. No total, 16 pessoas morreram.
Kelly Cristine Guimarães Ferreira, filha da vítima, contou que o marido da mãe, Regina Celia Nogueira Guimarães, 58 anos, sobreviveu e foi quem telefonou à família para avisar do acidente. Porém, os filhos só souberam que a mãe havia morrido ao chegar ao Hospital Geral de Itapecerica da Serra. “Ele contou que eles estavam dormindo e que o ônibus caiu na ribanceira e capotou várias vezes. Ele disse também que o resgate demorou 15 minutos para chegar e que eles deram preferência a ela por ela ser cardíaca, mas não adiantou. Achamos tudo muito estranho, mas não podemos afirmar nada”, disse ela.
A psicóloga Elisabete Souza Lima, que prestou depoimento na delegacia de Itapecerica da Serra, relatou que não sentiu freada brusca e que acordou com a sensação de que o veículo havia batido em alguma coisa mole, pois não ouviu barulho. “Em seguida, o ônibus começou a capotar. Tenho muita sorte de estar viva.”