Objetivo é o de iniciar o processo de integração dos municípios para o fortalecimento de suas políticas públicas de cultura

Representantes e gestores de cultura de 15 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e Litoral reuniram-se nesta terça-feira (30), no Teatro do Paiol, para debater estratégias de cooperação cultural. O encontro “Integração Cultural das Cidades – Curitiba, Região Metropolitana e Litoral” foi proposto pela Fundação Cultural de Curitiba e pela Secretaria de Assuntos Metropolitanos, com o objetivo de iniciar o processo de integração dos municípios para o fortalecimento de suas políticas públicas de cultura.

O encontro foi aberto pelo secretário de Assuntos Metropolitanos, Valfrido Eduardo Prado, e pelo superintendente da FCC, Igor Cordeiro, representando o presidente da Fundação Cultural, Marcos Cordiolli. Para Igor Cordeiro, o desafio das cidades é efetivar o processo de integração e, no caso de Curitiba, a evolução de suas políticas públicas nessa área está condicionada a um relacionamento mais intenso com a Região Metropolitana. “A integração das regionais de Curitiba e os municípios vizinhos é fundamental para conduzir aos resultados que almejamos”, disse.

Lembrando que a Região Metropolitana de Curitiba é a segunda maior do país em extensão, reúne 29 municípios, concentra um terço da população paranaense e é responsável por 42% do PIB do estado, o secretário Valfrido Prado destacou que o encontro representa um passo importante, na medida em que a área cultural se enquadra em muitas das possibilidades previstas no Estatuto das Metrópoles, que entrou em vigor em janeiro deste ano. “O estatuto permite que as cidades trabalhem juntas e avancem em várias áreas da administração”, explicou.

Os debates tiveram início com uma exposição de Elton Barz, assessor de Políticas Culturais da FCC, sobre consórcios intermunicipais. Entre os vários modelos de integração e cooperação, este foi apresentado como uma proposta a ser aplicada pelos municípios da Região Metropolitana e Litoral. Elton mostrou experiências bem sucedidas no país, como a que foi adotada pela região do Grande ABC (SP) e o “Culturando”, que reúne cidades da região de Araçatuba, no interior de São Paulo.

Os consórcios intermunicipais, regulamentados em 2005 pela Lei 11.107, constituem pessoas jurídicas de direito privado, e são considerados uma saída para a crise financeira que afeta todo o país e, em especial, os municípios. Segundo Elton Barz, por meio do consórcio, os municípios podem compartilhar ações de formação e aperfeiçoamento, a busca de recursos, a circulação de bens e produtos, e a produção cultural. “A integração dos municípios é um imperativo do Estatuto das Metrópoles. Se não fizermos a integração agora, daqui a três anos seremos forçados a fazê-lo, pois o estatuto obriga que as Regiões Metropolitanas tenham todas o seu plano de integração”, enfatizou.

O representante da Secretaria de Estado da Cultura, Beto Lanza, mostrou o trabalho que vem sendo realizado no âmbito estadual de retomada das ações culturais a partir dos núcleos regionais de cultura. Nesse sentido, também defendeu a integração. “É preciso levar a sério a proposta deste encontro”, disse.