Os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana aceitaram a proposta de aumento salarial de 10,5%. A decisão dos trabalhadores pode por fim à greve de ônibus que ocorre desde a meia-noite de quarta-feira (26) e atingiu 2,3 milhões de usuários do transporte coletivo que circulam diariamente.
A proposta foi feita pela a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), Ana Carolina Zaina, durante a mesa de negociação realizada na sede do Tribunal, em Curitiba. O percentual é o mesmo obtido no último dissídio. Para a greve chegar ao fim, ainda é necessária a aprovação do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). Uma nova audiência começou às 14 horas desta quinta-feira (27).
Antes de aceitar a proposta feita pela desembargadora, os funcionários do transporte coletivo pediam ganho real de 16% para motoristas e 22% para cobradores, além da correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A categoria também pede melhores condições de trabalho e melhores condições de trabalho e reajuste de R$ 150,00 no vale-alimentação e o dobro no valor das horas-extras.
O piso salarial atual é de R$ 1.660,81 para motoristas e R$ 940,80 para cobradores. Nos valores atuais, os salários, encargos, benefícios e imposto da previdência representam mais de 47% da tarifa técnica, de R$ 2,93.
Frota circulando
De acordo com decisão do TRT-PR, 50% da frota do transporte coletivo deve estar operando nos horários de maior movimento desta quinta-feira (27), no segundo dia da greve dos motoristas e cobradores de ônibus. Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho de que pelo menos 50% da frota de ônibus deve trabalhar nos horários de pico, levantamento feito pela Urbs no final da tarde desta quarta-feira apontava que menos de 30% dos carros estava operado.
Tumulto
No segundo dia da greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região, a cidade amanheceu com muita gente nos pontos e alguns veículos circulando. Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho de que pelo menos 50% da frota de ônibus deve trabalhar nos horários de pico, levantamento feito pela Urbs no final da tarde desta quarta-feira apontava que menos de 30% dos carros estava operado.
A falta do transporte coletivo influencia negativamente no trânsito da capital e região metropolitana, já que mais pessoas usam os carros particulares para se locomover. Entre às 7h30 e 8h desta quinta-feira, das 83 vias consideradas principais de Curitiba, 66 estão com trânsito lento
Em Almirante Tamandaré, os ônibus foram impedidos de sair da garagem de uma das empresas durante toda a manhã desta quinta-feira(27). Motoristas e cobradores fizeram piquetes em frente às duas empresas que operam o transporte coletivo no município. Houve ameaça de quebra-quebra e alguns articulados tiveram os seus pneus esvaziados.
Pedido de prisão
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, se manifestou nas redes sociais sobre a greve dos motoristas e cobradores de ônibus que atinge toda Curitiba e RMC. Segundo ele, não será permitido um reajuste abusivo do transporte público na capital. Fruet teria sido informado de que a paralisação foi forçada pelo sindicato patronal e dos trabalhadores para aumentar o valor da tarifa para R$ 3,40.
“Se ficar comprovado que esta greve é uma articulação para forçar o reajuste da tarifa, vou pedir a prisão do presidente do Sindicato dos Empresários e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores”, escreveu.