Policiais militares fizeram um cordão de isolamento em prédio ocupado por estudantes. (Foto: RICTV Record)

Manifestantes que estavam fora do prédio foram impedidos de retornar ao grupo

Policiais militares organizaram um cordão de isolamento em torno do prédio do Núcleo Regional de Educação de Curitiba, no bairro São Francisco, em Curitiba. O local foi ocupado na manhã de segunda-feira (31) por manifestantes, logo depois da ordem de reintegração de posse ser cumprida em colégios invadidos na capital.

A ação dos policiais foi rápida. Manifestantes que estavam fora do prédio foram impedidos de entrar. A energia elétrica e a água do prédio também foram cortadas para tentar forçar uma desocupação por parte dos estudantes. Os agentes aguardam uma possível ordem de reintegração do local, que pode ser expedida a qualquer momento.

O número de ocupações caiu de 431 na sexta para 315 na segunda-feira (31).

Em nota, o Movimento Ocupa Paraná criticou a ação do governo estadual e afirmou que está orientando os estudantes a retornarem as ocupações nas escolas até que se estabeleça o diálogo novamente.

Negociação

O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Valdir Rossoni, se reuniu na noite de segunda-feira (31) com representantes do Ministério Público do Paraná, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e da Defensoria Pública para discutir soluções para as ocupações de escolas da rede estadual.

Rossoni destacou a disposição do governo para o diálogo com os estudantes, mas frisou que a proposta de reforma do ensino médio é um tema federal, que ainda depende da tramitação do Congresso Nacional. “A intenção do governo é encontrar canais para solucionar os impasses e desocupar as escolas”, disse.

O chefe da Casa Civil falou também sobre a necessidade de desocupação para não comprometer o ano letivo, as provas de vestibular e do Enem. Ele ressaltou ainda que o Estado já promoveu audiências em 32 regionais de educação sobre a Medida Provisória 746 e as sugestões entregues pelo governador Beto Richa ao ministro da Educação, Mendonça Filho.

Enem adiado

Cerca de 95 mil alunos que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no próximo fim de semana devem ter mais um mês para se preparar. O Ministério da Educação (MEC) estuda aplicar o exame em 6 e 7 de dezembro (terça e quarta-feira) para os candidatos cujos locais de prova são escolas atualmente ocupadas pelo movimento de protesto dos secundaristas. 

Esta data já havia sido definida para candidatos que estão presos e jovens sob medida socioeducativa. Eles fazem uma prova diferente, mas, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com o mesmo rigor e o mesmo balanço de dificuldades aplicados aos alunos em liberdade. 

Os alunos que forem afetados pela possível mudança de data devem ser avisados por e-mail, SMS e na Página do Participante, no site do Enem. Esses candidatos representam menos de 1% dos inscritos, que superaram 8,6 milhões neste ano.