Foi divulgado nesta terça-feira (09) o resultado de um amplo estudo da Secretaria Estadual da Saúde sobre a qualidade da água mineral envasada e comercializada no Paraná. Foram avaliadas 22 marcas e oito delas tiveram amostras classificadas como fora dos padrões de qualidade para galões de cinco e 20 litros. Uma marca foi reprovada por conter substâncias prejudiciais à saúde humana.
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As empresas fabricantes já foram inspecionadas e notificadas a adequar seus processos de produção e envase à legislação sanitária vigente. A pesquisa foi realizada entre os meses de março e outubro deste ano, com a coleta de produtos em supermercados de diversas regiões do Estado. A ação teve o apoio das equipes municipais e regionais de vigilância sanitária.
A única marca reprovada no estudo foi a água “Ana Rosa”, produzida em Maringá. Foram encontrados coliformes nas amostras desta marca. “Quem tomasse a água contaminada poderia ter sintomas como diarreia, náuseas, vômito e febre”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
A contaminação pode ter sido resultado de falhas no processo de captação, condução e/ou embalagem da água mineral. Durante a fiscalização na empresa que envasava o produto, as equipes de vigilância sanitária foram informadas que a água mineral “Ana Rosa” já não era mais produzida. Mesmo assim, foi determinada a proibição da venda do produto irregular no Estado. A equipe de saúde também coletou amostras de outras marcas envasadas no local para nova análise.
Seis marcas, incluindo a “Ana Rosa”, apresentaram laudos insatisfatórios por conter bactérias heterotróficas em níveis acima do permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Em outras duas marcas o problema foi por conta do nível de fluoreto que estava abaixo do informado na embalagem. “Nestes casos, o risco à saúde do consumidor é mínimo, mas os resultados também demonstram que as rotinas de trabalho das empresas eram inadequadas”, disse o chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana.
A análise das amostras foi realizada pela Secretaria Estadual da Saúde em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A intenção agora é ampliar o monitoramento para a água mineral de garrafa e copo plástico.
Outro lado
A assessoria de imrpensa da Água Mineral Timbu afirmou, em nota, que contesta os resultados obtidos no teste. De acordo com o comunicado, há mais de cinco meses a Timbu aguarda um retorno oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os testes realizados no mês de março e notificados em junho deste ano. No teste executado, as amostras foram analisadas conforme os parâmetros para a água potável ou água de abastecimento público (Portaria 2914 de 12/12/2011), que passa por um tratamento com cloro e, em função disso, possui um limite de 500 UFC/ml de bactérias heterotróficas. Na água mineral natural, produto da Timbu, conforme a Resolução 275 de 22/09/2005, a Anvisa não permite a adição de cloro ou de qualquer outro produto químico para o seu tratamento, além de não estabelecer um limite para a contagem de bactérias heterotróficas (as quais, inclusive não oferecem quaisquer riscos à saúde do consumidor). Ou seja, trata-se de um teste equivocado, com conclusões distorcidas, para analisar a qualidade das águas minerais naturais do Paraná.
Diante da notícia divulgada, a Água Mineral Timbu entrou novamente em contato com os órgãos competentes Vigilância Sanitária e Tecpar que informaram apenas que será realizado um novo teste em 2015 e não esclareceram os questionamentos realizados em 11 de junho de 2014. Sendo assim, a Timbu analisa junto ao seu departamento jurídico as medidas cabíveis.
A nota encerra afirmando que a segurança e a qualidade dos produtos Timbu são prioridades de suma importância, razão pela qual a empresa adota rígidos padrões e controles em todas as etapas dos processos de fabricação.