Apesar do anúncio realizado pelo Governo Federal, diversos pontos de protesto ainda são encontrados pelo país (Foto: Divulgação/PRF)

O Governo Federal anunciou que parte das entidades assinaram um termo de acordo para suspender a paralisação por 15 dias

O protesto dos caminhoneiros chegou ao quinto dia nas rodovias do Paraná, nesta sexta-feira (25). Já são mais de 200 pontos de manifestação contra o aumento do diesel.

Segundo as últimas atualizações das polícias rodoviárias, no fim da tarde, existem cerca de 250 pontos de bloqueios em estradas no Paraná. Destes, 92 são em rodovias federais, registrados às 18h50, e 158 em estradas estaduais, balanço das 15h33. (Veja no fim da matéria os locais.) 

Combustíveis

O Sindi Combustíveis do Paraná afirmou em nota que mais de 95% dos 2400 postos do estado estão sem gasolina e etanol.

Londrina, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Cascavel, União da Vitória, Ponta Grossa e todo o litoral do Paraná estão sem combustível. Assim como seus municípios vizinhos.

Em Maringá, por volta das 17h havia notícia de apenas um posto ainda com estoque de etanol.

No noroeste do Paraná, havia registro de postos já em fase final dos estoques por volta das 17h.

Ainda segundo o sindicato, caso algum caminhão-tanque consiga furar os bloqueios, pode ocorrer de um ou mais postos destas cidades voltarem a funcionar, mas este tipo de possibilidade é cada vez mais remota.

Na Capital

Já em Curitiba, no começo da noite desta sexta, mais de 95% dos 340 postos de Curitiba e Região Metropolitana permaneciam sem álcool e gasolina. Deste modo, o combustível restante deve ser esgotado nas próximas horas.

A situação do diesel é um pouco melhor. Este combustível permanece com níveis de estoque maiores, principalmente nos postos de rodovia, que possuem maior número de tanques com grande capacidade e não estão tendo demanda de caminhões por conta da paralisação.

O GNV, que é fornecido na maioria dos casos por tubulação, segue com reservas maiores em Curitiba.  

A saída da Refinaria de Araucária e as bases de distribuição, também instaladas na região, seguem com bloqueios totais feitos por manifestantes.

Universidades

Somente a Universidade Estadual de Londrina (UEL) mantém as aulas no estado. As demais universidades estaduais suspenderam as aulas. Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem suspensão no campus do litoral.

Ônibus

A Urbanização de Curitiba (Urbs) responsável pela administração da Rodoferroviária, informa que nesta sexta-feira (25) houve redução na oferta de ônibus intermunicipais e interestaduais, pois as empresas suprimiram alguns horários de embarque devido a greve nacional dos caminhoneiros.

Sexta-feira é o dia de maior movimento na rodoferroviária e, normalmente, saem 350 ônibus. A expectativa é que esse número caia para 200 partidas. A definição das linhas que serão suprimidas cabe a cada empresa. Para ter informações sobre alterações dos horários e das linhas de ônibus, os passageiros devem entrar em contato diretamente com as empresas.

A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc) recomendou aos passageiros que cancelem suas viagens e fiquem em casa.

Gás de cozinha

Não há mais gás de cozinha no Paraná, segundo informações do sindicato da categoria.

Alimentos

As maiores redes de supermercados que atuam no Paraná confirmam falta de alguns mantimentos, especialmente no setor de hortifruti. Algumas redes limitam o número de itens à venda.

Sacolões Curitiba

A disparada dos preços dos alimentos na Ceasa, irá obrigar o fechamento, neste sábado (26), de seis Sacolões da Família da Prefeitura, que trabalham com o preço máximo de R$ 2,29 o quilo. Não irão abrir os sacolões: Monteiro Lobato, Caiuá, Santa Cândida, Oficinas, Santa Efigênia e Santa Felicidade. A unidade do Bairro Novo estava fechada para reformas desde o começo do mês. O Sacolão da Família do Boa Vista funcionará em horário reduzido, das 8h às 10h.

Acordo

O Governo Federal anunciou na noite desta quinta-feira (24) que parte das entidades que representam os trabalhadores assinaram um termo de acordo para suspender a paralisação feita pela categoria por 15 dias. Porém, nesta sexta-feira ainda existem diversos pontos de bloqueios pelo país. O ministro prevê que até a próxima segunda-feira (28) a situação estará normalizada nas rodoviais. 

Foto: Divulgação/PRF

O rótulo da Defesa Civil identifica cargas como remédios, insumos hospitalares, produtos perecíveis e ração animal, entre outras que podem passar pelos bloqueios após acordo feito no Paraná nesta quinta-feira (24).

Exército

Após reunião entre o ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna e os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, o Chefe de Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e o Comandante de Operações Terrestres do Exército, o exército brasileiro emitiu uma nota prometendo uma ação rápida, enérgica e integrada a fim de possibilitar o retorno à normalidade das atividades no país.

Exército Curitiba

De acordo com a assessoria do Exército em Curitiba, as Forças Armadas (FFAA) serão empregadas em reforço às ações federais e estaduais, disponibilizando meios em pessoal e material para: distribuição de combustível nos pontos críticos; escolta de comboios; proteção de infraestruturas críticas; e desobstrução de vias e acessos às refinarias, bases de distribuição de combustíveis e áreas essenciais, a fim de evitar prejuízos à sociedade. Nos Estados do Paraná e Santa Catarina, o emprego das FFAA está a cargo da 5ª Divisão de Exército.

Neste momento o comandante da 5ª DE Gen Carvalho está reunido com a cúpula de Segurança Pública do Estado do Paraná a fim de definir as próximas atividades. Ainda não é possível prever com exatidão os locais de emprego das tropas nem o momento de saída destas.

Curitiba

A Renault, em São José dos Pinhais, segue suspensa nesta sexta-feira. A previsão é de que retornem ao trabalho na noite de domingo, no terceiro turno, e na segunda o restante dos turnos. Os trabalhadores já deliberaram que as horas paradas serão compensada em data a ser definida. Já na Volvo, localizada no CIC, os trabalhadores do 1° turno estão suspensos. Em relação ao segundo turno, a suspensão ainda será definida e informada. Na Volkswagen/Audi, em São José dos Pinhais, a situação permanece a mesma da quinta-feira (24): apenas o setor da Estamparia trabalhando. Caso a greve persista, a Estamparia também corre o risco de ter sua produção afetada.

As aulas na rede municipal de ensino de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, foram suspensas nesta sexta-feira (25) e também na próxima segunda (28) por causa da escassez de combustíveis para o transporte das crianças. Uma reavaliação da situação será feita na segunda, com a expectativa que a situação já tenha sido normalizada. 

O Hospital Angelina Caron, um dos maiores centro médicos do país, já enfrenta alguns transtornos por causa da greve. Com relação a alimentos, o quadro mais preocupante é a falta de leite a partir deste sábado (26). Os refeitórios do local funcionam bem, há estoque de carne e de itens não perecíveis para aproximadamente dez dias, mas já falta alguns hortifrutis.

Norte

O transporte coletivo só circula nos horários de pico, que é no início da manhã, no horário de almoço e no fim da tarde em Londrina, no norte do Paraná. Neste sábado (26), a cidade só conta com ônibus em dois horários: 5h30 às 8h30 e 13h à 14h. No domingo não há previsão para que o transporte público circule.

Em Marialva, não haverá aula na rede municipal porque o combustível dos transportes que buscam os alunos acabou, além disso, o gás de cozinha usado para a preparação do alimento das crianças também acabou. O programa ‘Leite para às crianças’ está suspenso, já que o alimento não consegue chegar até os postos de entrega.

Londrina

Na tarde desta sexta-feira, a Polícia Militar e a Defesa Civil fizeram entrega de gás a hospitais e a um restaurante na zona sul que produz marmitas para presos de delegacias e presídios de Londrina e região. A empresa ganhou na justiça o direito da entrega do gás.

Foto: Eliandro Piva

Foto: Eliandro Piva

Foto: Eliandro Piva

Foto: Eliandro Piva

Polícia Militar escolta caminhão-tanque para abastecer Grande Londrina. Setenta e cinco mil litros de combustível foram entregues. (Imagens: Eliandro Piva):

Oeste

Para evitar a falta de medicamento e insumos, dois hospitais da região suspenderam todas as cirurgias, já que o abastecimento está afetado desde o começo da greve. O Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, e o Hospital Universitário de Cascavel resolveram aderir medidas extremas para conseguir atender pacientes da emergência. Os pacientes estão sendo avisados para remarcar uma nova data para os procedimentos.

Veja:

Londrina

O transporte em Londrina, no norte do Paraná, poderá parar se não houver reabastecimento dos ônibus.

Assista:

Veja os pontos nas rodovias federais: