
Com a falta de combustível para o transporte, diversas escolas estão com as aulas suspensas
O protesto dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel chegou ao quarto dia nas rodovias do Paraná, nesta quinta-feira (24). A mobilização, que é nacional, já afeta todo Estado.
Nesta manhã, foram registrados ao todo 203 pontos de protesto. Setenta e um são em rodovias federais, de acordo com balanço realizado às 17h pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 132 em rodoviais estaduais, segundo balanço realizado às 16h pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
Conforme a Polícia Rodoviária Federal 71 pontos foram contabilizados até o fim da tarde. (Foto: Divulgação/PRF)
BR-116
De acordo com a Arteris Planalto Sul, concessionária que administra o trecho da BR-116 em Curitiba e região metropolitana, oito pontos de manifestação foram registrados no fim desta tarde, às 18h40. São eles:
Curitiba
– km 115 ao km 116,5 sentido norte em Curitiba/PR: registro de lentidão devido manifestações fora do trecho sob concessão;
– km 115 em marginal norte: interditado para veículos de carga, os mesmos estão estacionados em acostamento. Restante de veículos trafegam normalmente.
Fazenda Rio Grande:
– Km 125: interditado para veículos de carga, os mesmos estão estacionados em acostamento, ambos os sentidos. Restante de veículos trafegam normalmente;
– Km 127: interditado para veículos de carga, os mesmos estão estacionados em acostamento, ambos os sentidos. Restante de veículos trafegam normalmente.
Mandirituba:
– km 135: pista norte interditada e tráfego desviado para acostamento, tráfego da pista sul permanece sem obstrução. Não há registro de lentidão;
– km 152: ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Veículos de carga estacionados em pátio de posto de combustível e faixa de domínio, não há registro de lentidão.
Quitandinha:
– km 166: ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Veículos de carga estacionados em pátio de posto de combustível, não há registro de lentidão.
Campo do Tenente:
– km 191: ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Veículos de carga estacionados em pátio de posto de combustível, não há registro de lentidão.
Filas nos postos
A quarta-feira (23) foi marcada por filas nos postos de combustíveis de todo Paraná. Os consumidores ficaram com medo da escassez do diesel e gasolina, causando muita confusão e demora na hora de abastecer o automóvel.
Preços abusivos
O Procon recebeu até agora cerca de 180 denúncias de preços abusivos em postos de combustíveis. Só nesta quinta, 30 postos foram visitados para verificar as denúncias. O próximo passo será iniciar o processo de notificação dos estabelecimentos.
A orientação do órgão é para que o consumidor exija nota fiscal com a quantidade de combustível abastecido e o preço pago para posteriormente fazer uma denúncia.
Ministério Público do Paraná informou, por meio de nota, que um inquérito civil foi aberto para apurar se os aumentos nos preços dos combustíveis comercializados nos postos de Curitiba correspondem efetivamente aos reajustes praticados pelas distribuidoras.
Prazo
O movimento de paralisação dos caminhoneiros deu ao governo até sexta-feira (25), para que seja apresentada uma proposta de redução do preço do combustível. Até lá, os caminhões continuam parados. Se nenhuma proposta considerada adequada for apresentava, o movimento será ampliado a partir de sábado, de acordo com a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).
Pedro Parente, presidente da Petrobras, anunciou na noite desta quarta-feira (23) uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão busca uma trégua no movimento dos caminhoneiros. Na prática, a redução média será de R$ 0,23 por litro nas refinarias, resultando uma queda média de R$ 0,25 por litro nas bombas dos postos de combustíveis.
Indústria
A lista de empresas que estão paralisando a produção aumenta a cada dia. Na quarta-feira, a lista de frigoríficos que não recebem insumos de animais para abate e de caminhões para escoar produtos acabados, aumentou. A BRF parou a produção de quatro unidades de abate de frangos e suínos, mas nesta quinta o número pode aumentar.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e a Associação Brasileira de Proteína Animal divulgaram que 129 unidades de associados bovinos, suínos e aves estão paradas. A Coopavel, em Cascacel, dispensou na quarta 2,4 mil funcionários. A empresa é responsável pelo abate de 220 mil frangos por dia.
As fábricas da Volvo, Renault e Volkswagen, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estão com as atividades paradas por falta de peças nesta quarta-feira (24).
Curitiba
Em nota, as Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana afirmaram que uma operação foi realizada para abastecer os veículos, leia na íntegra:
“As Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana informam que foi realizada nesta madrugada uma operação de escolta de caminhões-tanque, com o envolvimento dos órgãos de segurança do Município, Estado e Governo Federal, para o abastecimento das garagens da frota do transporte coletivo de Curitiba. Dessa forma, os ônibus têm autonomia para rodar normalmente ao menos até domingo. Esse resultado só foi possível devido ao trabalho em conjunto entre as empresas de ônibus, a Urbs e os Poderes Executivos. As empresas seguem atentas ao protesto dos caminhoneiros e vão buscar sempre medidas, como fizeram nesta madrugada, para impedir que a população seja prejudicada.”
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, não há alteração no transporte, já que o órgão consegue reforçar estoque de combustível para mais uma semana para os ônibus, ambulâncias e segurança pública.
De acordo com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), não houve alteração no serviço por causa do combustível, porém houve alteração por causa de um bloqueio na BR-116. A coordenação atende 18 empresas em 19 cidades e cada empresa está tomando medidas para que não falte combustíveis para o transporte coletivo com a ajuda do Governo do Estado. Caso alguma das empresas relate a falta de combustível, será acionado o serviço de emergência do governo para que haja o abastecimento da frota do transporte coletivo. A alteração aconteceu nos municípios de Mandiritiba, Areia Branca e Quitandinha.
Paranaguá
Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), mais de 180 mil toneladas de soja já deixaram de dar entrada nos armazéns por causa da paralisação.
Na cidade portuária, as aulas municipais foram suspensas nos dias 24, 25 e 26 de maio, já que a empresa que realiza o transporte coletivo está com pouco combustível e, por isso, pode ocorrer dificuldades com a condução das crianças para as escolas.
Oeste
As linhas do transporte coletivo de Cascavel funcionarão em escalas de horários: no chamados ‘picos’, os ônibus circularão normalmente e nos demais horários, a frota cai pela metade. A Setrans afirmou para a equipe da RICTV | Record que não há gasolina para manter o itinerário normal. Se a greve a continuar, o transporte coletivo poderá não circular na cidade a partir desta sexta-feira (25). A situação do transporte coletivo em Toledo está mais critica. Os ônibus circulam apenas das 6h30 às 8h; retornam 11h até 13h30; às 17h30 voltam a circular, mas até às 19h. Fora desses horários os ônibus não circulam. Em Foz do Iguaçu, os veículos extras foram tirados de circulação e a frota miníma foi adotada fora do horário de pico.
As rodoviárias pediram para os passageiros que estão com viagens marcadas ligarem antes para confirmar o embarque, já que algumas empresas estão sem estoque de combustível e atrasos podem ocorrer.
Norte
Em Maringá, a Prefeitura anunciou que a partir do 12h, algumas linhas não circularão na cidade e funcionarão apenas em horário de pico, já que algumas empresas estão sem estoque de combustível. Os veículos oficiais do município também estão com o abastecimento no vermelho, por tanto, alguns serviços da cidade poderão ser afetados.
Aeroportos
No Paraná, os Aeroportos de Londrina e Foz do Iguaçu estavam com falta de combustível de aviação na noite de quarta-feira (23). Nesta quinta-feira (24) pela manhã, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a escola de caminhões-tanque para garantir o abastecimento.
Nesta manhã de quinta-feira (25), um voo de São Paulo para Londrina teria sido cancelado por falta de combustível. Ainda nesta quinta-feira, uma escolta da PRF garantiu o reabastecimento do Aeroporto Afonso Pena com combustível para as aeronaves.
Sindicombustíveis
Categoria alerta que se o movimento continuar se expandindo com o bloqueio de estradas não está descartada a possibilidade de problemas no abastecimento por conta destas interdições. De acordo com o Sindicombustíveis-PR, por enquanto, não há desabastecimento nas maiores cidades do Paraná.
