Manifestantes fazem bloqueio em rodovias do estado. (Foto: Reprodução/RICTV)

No terceiro dia de manifestação contra o alto preço do óleo diesel, o estado começa a enfrentar as consequências da paralisação; veja galeria de imagens

O protesto nacional dos caminhoneiros contra o alto preço do óleo diesel chegou em seu terceiro dia nesta quarta-feira (23) e já afeta todo o Paraná. O combustível acabou em diversas cidades do interior, o abastecimento de frutas e verduras está comprometido, o preço de produtos nos mercados começou a aumentar, algumas empresas alimentícias precisaram suspender a produção por falta de lugar para armazenar os produtos, congestionamentos foram registrados por todo o estado. Em Curitiba, na capital, postos precisaram interromper a venda por falta de combustíveis e as empresas responsáveis pelo transporte coletivo começam ameaçar a diminuição da frota para economizar o diesel. 

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Aproveitando a corrida dos motorista aos postos, alguns comerciantes elevaram ainda mais o valor do litro dos combustíveis. A orientação do Procon é para que o consumidor exija nota fiscal com a quantidade e o preço pago para posteriormente fazer uma denúncia.

Prefeito de Curitiba corre atrás e cancela corte de transporte público: 

Porto de Paranaguá

De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), mais de 180 mil toneladas de soja já deixaram de dar entrada nos armazéns.

Muitos transtornos no terceiro dia de protesto em todo o país:

Maringá: Protesto causa falta de combustível e gás: 

Falta de abastecimento afeta região oeste do Paraná:

Nesta quarta (23) muitos transtornos em Londrina por conta do protesto nacional: 

Reunião

Em reunião realizada nesta tarde, na Casa Civil, o governo pediu mais 24 horas para apresentar alguma proposta, informou o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno. Também ficou estabelecida uma comissão formada pelos representantes dos caminhoneiros e do governo. Uma nova reunião foi marcada para quinta-feira (24), às 14 horas.

De acordo com Bueno, o governo confirmou que a Cide do diesel será zerada, e não haverá reoneração da folha para o setor de transporte. “Mas isso só é insuficiente. Representa cinco centavos no preço, se for repassado”, afirma.

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Já em relação ao pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o diesel, o representante dos caminhoneiros disse que o governo informou não estar preparado para responder ao pedido e ficou de apresentar uma proposta nesta quinta. O mesmo se aplica ao pedido de escalonamento em três meses dos reajustes do diesel.

Após a reunião, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que o governo já decidiu que só editará o decreto sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre o diesel após o Congresso aprovar projeto que reonera a folha de pagamento de setores produtivos.

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José da Fonseca Lopes,  presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), afirmou que o movimento de paralisação dos caminhoneiros deu ao governo até a sexta-feira (25) um prazo para que seja apresentada uma proposta para a redução do valor do diesel. Caso nenhuma proposta seja considerada adequada, a partir de sábado (26) os motoristas prometem paralisação total.

Petrobras

A Petrobras informou na noite desta quarta que o preço do diesel nas refinarias será reduzido em 10% para conter a greve. Com isso o preço cairá para R$ 2,1016 o litro. No entanto, a medida é de caráter excepcional e o valor permanecerá inalterado por apenas 15 dias.