Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o índice de domicílios que possuem automóveis ou motocicletas no Paraná chega a 68%, perdendo apenas para Santa Catarina, onde totaliza 70%. O estado que com menor taxa de motorização por habitação foi o Alagoas, com 32%.
Em todo o país, mais da metade das moradias brasileiras (54%) possui pelo menos um veículo privado. Este número, em relativo a 2012, cresceu 9% em comparação a 2008, quando havia apenas 45%. Segundo o Ipea, a tendência é que aumente cada vez mais nos próximos anos.
O cenário, segundo o órgão, aponta, de um lado, para o maior acesso da população, inclusive os segmentos de menor renda, aos automóveis. De outro, indica intensificação dos desafios para os gestores dos sistemas de mobilidade, uma vez que a maior taxa de motorização dos brasileiros contribui para elevação no número de acidentes, de congestionamentos e dos índices de poluição.
O levantamento também traz dados sobre o tempo de deslocamento entre casa e trabalho. Dois terços (66%) da população gastam até 30 minutos diariamente nesse trajeto, “mas há uma clara tendência de piora, em função do crescente aumento da taxa de motorização da população conjugado com a falta de investimentos públicos nos sistemas de transporte público ao longo das últimas décadas”. Ainda segundo o documento, 10% gastam mais de uma hora nesse deslocamento.
De acordo com estudo do Ipea, as políticas de auxílio ao transporte, como o vale-transporte, atingem pouco as classes sociais mais baixas. Aproximadamente 40% dos trabalhadores brasileiros recebem esse tipo de auxílio, mas os menores percentuais de cobertura estão nas famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Segundo o estudo, apenas 11% das famílias nessa condição recebem auxílio-transporte, enquanto entre as famílias com renda superior a cinco salários mínimos o percentual é 36%.