Uma mulher foi mordida por uma capivara enquanto acampava em Lagoinha do Leste, em Florianópolis. A psicóloga, Fabiana Lenz, de 32 anos, foi mordida enquanto nadava, no dia 8 de dezembro.
Com ferimentos no abdômen, no braço direito e na nádega, ela está em repouso na casa de uma amiga, para onde se mudou após o acidente, a fim de ficar mais próxima dos serviços de saúde.
De acordo com o site ND Mais, o acidente aconteceu no último dia do acampamento, quando Fabiana deu o último mergulho na lagoa de difícil acesso, na região do Sul da Ilha.
“Eu já estava seguindo meu companheiro para sair da água e resolvi dar mais um mergulho para sair com o cabelo ajeitado. Saí com a água na direção do peito e senti esse impacto na barriga”, contou.
A psicóloga demorou a entender o que tinha acontecido
Tudo aconteceu em, aproximadamente, dez segundos e a psicóloga demorou para entender do que se tratava.
“De primeiro, pensei que tivesse batido em um tronco, ou galho, mas em seguida o animal saiu da água e veio em direção à parte de cima do meu corpo. Tive o ímpeto de colocar o braço na frente e me proteger. Ela deu a volta em mim e, quando eu estava saindo, mordeu a minha nádega. Em seguida, meu namorado conseguiu me puxar pra fora da água”, relembrou.
A psicóloga foi socorrida por um helicóptero
Após ser mordida por capivara, Fabiana resgatada pelo namorado, que presenciou a fatalidade. Os guarda-vidas prestaram socorro com agilidade e o Corpo de Bombeiros foi acionado. A psicóloga saiu da água com cortes profundos, áreas expostas e sangramento intenso. Ela foi levada às pressas ao Hospital Universitário, com auxílio do helicóptero Arcanjo.
Por meio milímetro, não perfurou meu intestino’, diz psicóloga
Fabiana contou que ser mordida por capivara poderia ter provocado graves sequelas, como perda de mobilidade na perna e hemorragia. Os músculos dos glúteos e o tecido adiposo (gordura) do abdômen ficaram expostos, enquanto parte do tecido das nádegas foi arrancado.
“Eu fiquei com uma parte bastante exposta da minha barriga. Eu não sabia se o que estava pendurado eram as vísceras, depois soube que era pele e gordura. Por meio milímetro, não perfurou o intestino. Não pude fazer pontos de forma cirúrgica, precisei de pontos de aproximação pela gravidade das lesões”, detalhou à reportagem.
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Apesar da gravidade das lesões, a recuperação é bem-sucedida.
“A retirada dos pontos está prevista para quinta-feira. A médica-cirurgiã está muito otimista com a minha recuperação. Ainda terei um período de adaptação sem os pontos, mas com mais mobilidade. Estou tomando antibióticos e remédios para a dor, mas a ideia é encerrá-los nesta semana já”, disse.
Vítima espera voltar à Lagoinha do Leste, mesmo após ser mordida por capivara
Apesar do susto provocado pelo ataque do animal, Fabiana espera retornar ao local em que acampa durante os verões nos últimos cinco anos.
“Me sinto disponível para seguir trilhando, acampando e me relacionando com a natureza. Não sinto que isso foi uma ruptura com a intimidade que tenho com a vida natural, mas certamente, me deixa mais atenta”, disse.
A psicóloga espera que o acidente sirva de alerta para o poder público, principalmente, no controle dos animais silvestres em Florianópolis.
“O caso foi considerado isolado, mas conversando com muitas pessoas aqui em Florianópolis, percebe-se uma superpopulação desses animais. Claro que a natureza é o lugar deles, mas eles estão em lugares urbanos e turísticos, e a relação me parece arriscada tanto para os animais quanto para os humanos”, acredita.
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Repórter
Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.
