A crise no transporte coletivo em Curitiba parece estar longe do fim. Até a manhã desta quinta-feira (5), ainda não havia perspectiva de pagamento dos salários dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba. De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) apenas uma, das 23 empresas que prestam o serviço de transporte coletivo em Curitiba garantiu o pagamento até o fim desta sexta-feira (6), quinto dia útil do mês. Segundo o sindicato, caso o pagamento não seja realizado, uma nova paralisação do transporte coletivo de Curitiba não está descartada. Uma reunião entre o sindicato dos trabalhadores e as empresas de ônibus foi marcada para esta quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), como mais uma tentativa de encontrar uma solução para o problema.

Campanha salarial

De acordo com o Sindimoc, a negociação salarial da categoria ainda não teve avanços: até o momento, o setor patronal não concretizou nenhuma proposta de reajuste e sequer garantiu a data-base para 1º de fevereiro. A pauta de reivindicações dos motoristas e cobradores pede reajuste da inflação, de acordo com o INPC, além de um aumento real de 6,40%; aumento no cartão alimentação, com equiparação aos valores pagos aos funcionários da URBS que atuam no transporte coletivo; contratação de seguro de acidentes; estabelecimento de multa equivalente a R$ 100,00 por dia para cada funcionário, caso não haja o pagamento do adiantamento salarial; adequação das estações tubo para garantir condições dignas de trabalho no frio e no calor; e fim da obrigação de motoristas e cobradores inibirem crimes nos ônibus, considerando que isso é dever de policiais ou guardas e tem sido causa de graves agressões aos trabalhadores. Na primeira reunião de negociação, na Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), na última segunda, as empresas não levaram nenhuma proposta.

Passagem mais cara

A nova tarifa que foi anunciada na terça-feira (3) começa a vigorar a partir da meia noite desta sexta-feira (6). O novo preço será de R$ 3,30 para pagamento em dinheiro e R$ 3,15 para pagamento com o cartão-transporte. A medida foi contestada pelo Procon e pelo Ministério Público, que consideram ilegal a cobrança diferenciada. Em nota, a Prefeitura Municipal de Curitiba informou que considera que o desconto para pagamento em cartão é legal e inclusive praticado em outras capitais e cidades do Paraná e que, caso a Justiça seja demandada pelo MP ou Procon e decida que o desconto é ilegal, a Prefeitura respeitará a decisão judicial e terá que acabar com o desconto para pagamento em cartão, com tarifa única de R$ 3,30.