*Atualizado às 18h27 do dia 08/06/2014

A chuva que começou a cair em Curitiba e diversas regiões do Paraná, no final da tarde da última sexta-feira (06), não deu trégua durante todo o fim de semana e causou muitos estragos. De acordo com o último boletim da Defesa Civil Estadual, divulgado às 18 horas deste domingo (8), 48.208 mil pessoal foram afetadas em todo o estado. O boletim registrou também dez mortes em decorrências das chuvas. Foram contabilizadas vítimas fatais nas cidades de Campina do Simão, Guaraniaçú, Guarapuava (3), Laranjeiras do Sul, Medianeira (2), Quedas do Iguaçu e Sulina.

Até o momento, 71 municípios paranaenses informaram problemas decorrentes da chuva intensa. Várias rodovias foram afetadas e alguns pontos chegaram à interdição total, mas logo concessionárias e equipes do DER atuam e liberaram parcialmente os acessos.

Os maiores volumes de chuva registrados, de forma concentrada, foram na região Centro-Sul do Estado, provocando o aumento do volume de água de rios de diversas regiões, que saíram do seu leito normal. Além de Curitiba, as cidades mais afetadas pelas chuvas foram Pinhalão, Pinhais, Quedas do Iguaçu. O município de Rosário do Ivaí decretou situação de emergência.

Neste domingo, a Defesa Civil coordena três operações com aeronaves no Distrito de São Roque (em Marechal Cândido Rondon, onde 12 famílias estão ilhadas e o nível do rio sobe rapidamente e com velocidade, o que impede o uso de embarcações), em Cruz Machado e em São João do Triunfo.

“Apesar de o índice chamar a atenção, outras regiões do Estado registraram números bastante importantes também, numa faixa que compreende o Oeste, Sudoeste, Campos Gerais, Região Metropolitana e Litoral com intensidade menor, se comparada às anteriormente citadas. Com isso, partes de estradas e cidades foram afetadas, implicando em pessoas desalojadas, desabrigadas e se refletindo e perdas e danos”, disse o capitão Pinheiro, da Defesa Civil.

Em função dos danos provocados pelas fortes chuvas em todo o Estado, a Defesa Civil informa que foi aberta uma campanha de doações de colchões, cobertores, roupa de cama, fraldas, água, materiais de higiene e de limpeza, roupas e cestas básicas.

As doações podem ser entregues nas unidades da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de qualquer cidade do Paraná.

Afetados na capital

Em Curitiba, 15.522 pessoas foram afetadas pelas chuvas. Um levantamento inicial, mas não conclusivo, estima que no Uberaba e na CIC, dois dos bairros mais afetados da capital,  mais de 700 pessoas estão tendo que deixar suas casas. De acordo com o último boletim divulgado na manhã deste domingo (8), 3.509 residências foram afetadas na capital.

Apesar dos estragos, alguns moradores estão optando por ficar nas suas casas, por isso a Defesa Civil está fazendo atendimentos direto nos locais, levando marmitas, cobertores e colchões.

A Fundação de Ação Social (FAS) pede doações para ajudar no socorro aos atingidos pela chuva. Eles precisam principalmente de toalhas de banho, alimentos não perecíveis, agasalhos e materiais de limpeza e higiene pessoal. As doações podem ser entregues nas caixas da campanha Doe Calor, em 600 endereços, que estão relacionados no site www.doecalor.com.br

 

Volume acima da média

O Simepar divulgou que o volume acumulado de chuvas entre os dias 6 e 8 de junho atingiu 375mm na região central do Estado. Isso significa dizer que neste período cada metro quadrado de solo recebeu cerca de 375 litros de água da chuva.

De acordo com informações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o volume dos rios está 1 metro acima do que foi registrado no outro grande alagamento que atingiu Curitiba no ano passado.“Na sexta-feira já começamos a manejar as comportas do rio São Lourenço para tentar diminuir os estragos dos alagamentos”, contou Renato Lima, secretário municipal do Meio Ambiente.

Devido à previsão de que pode voltar a chover forte neste domingo (08) em Curitiba, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que também precisará liberar parcialmente a água que está contida nos reservatórios do Parque Barigui. A medida é necessária para impedir que a água escoa subitamente, caso a chuva ocorra.

No bairro Uberaba, o canal Belém subiu, alagando várias casas. Os moradores estão sendo retirados em botes da Defesa Civil. Cerca de 400 pessoas foram afetadas nessa região.

Outras regionais muito atingidas são a CIC, Santa Felicidade, Boa Vista, Cajuru e Boqueirão, além de Almirante Tamandaré, Colombo e Pinhais, na Região Metropolitana. Na galeria de imagens você pode conferir as fotos que não param de chegar pelos e-mails e redes sociais do Grupo RIC.

Estragos na RMC

O coordenador da Defesa Cívil de Pinhais, Lukala Nobrega, informou que cerca de 1500 pessoas foram atingidas pelas chuvas no município. Os bairros mais afetados foram a Vila União, Visópolis e Jardim Cláudia, que ficam próximos aos rios que cortam a cidade.

Em Almirante Tamandaré, desde a madrugada houveram quatro chamadas para deslisamentos e uma casa teve que ser interditada. O casal de moradores foi acolhido por parentes. A Defesa Civil disse que não tem informações de alagamentos, mas a moradora do bairro Tanguá, Flávia Alves da Silva, enviou imagens da rua Elizio Ferreira do Nascimento que mostram várias casas invadidas pela água (Confira na galeria). “Basta uma chuva mais intensa, para que o rio transborde, alague a rua e as casas em torno. O ônibus não consegue passar, ficam passageiros de um lado e de outro do alagamento. Os moradores da rua Mato Grosso sofrem em todas as enchentes por que a rua é mais baixa e a água vai toda pra lá, eles perdem móveis e alimentos”, relata Flávia.

Em Colombo, aproximadamente 15 famílias precisaram do auxílio da Defesa Civil, mas ninguém precisou deixar as casas.

De acordo com a Prefeitura, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente segue monitorando o nível dos rios.

Ajuda

Confira abaixo todos os serviços disponibilizados pela Prefeitura de Curitiba para o atendimento às pessoas afetadas pelos alagamentos:

Assistência social Equipes da Fundação de Ação Social também estão de plantão para auxiliar as  famílias. Em caso de necessidade, elas serão levadas para a Central de Resgate da Rua Conselheiro Laurindo. Quem precisar pode ligar para a central 156. Outros pontos de referência também são o CRAS Barigui, na CIC, o CRAS Uberaba no Cajuru e o CRAS Iguape e escola Germano Paciornik no Boqueirão. Esses locais estão abertos para acolhimento das famílias e entrega de cobertores, cestas básicas e colchões. Quem quiser fazer doações também pode ligar para o Disque Solidariedade (156).

Educação – Algumas escolas e creches também foram atingidas pelas enchentes e estão com o funcionamento suspenso até a segunda-feira (09). São elas: CMEI Alceu Chichorro, Escola Municipal Dario Vellozo e CMEI Barigui I, na CIC, Unidade de Educação Integral Guilherme Lacerda Braga Sobrinho, no Cajuru, e CMEI Meia Lua, no Boqueirão.

Transporte coletivo – A Urbs teve que alterar o trajeto de algumas linhas de ônibus por causa das enchentes. Por isso, algumas na região do CIC, Uberaba e Pinhais estão com os horários atrasados.