No segundo dia da greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região, a cidade amanheceu com muita gente nos pontos e alguns veículos circulando. Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho de que pelo menos 50% da frota de ônibus deve trabalhar nos horários de pico, levantamento feito pela Urbs no final da tarde desta quarta-feira apontava que menos de 30% dos carros estava operado.

A medida que determina 50% da frota em horários de maior movimento foi tomada após o pedido assinado pela desembargadora Ana Carolina Zaina, que fixou uma multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

A falta do transporte coletivo influencia negativamente no trânsito da capital e região metropolitana, já que mais pessoas usam os carros particulares para se locomover. Entre às 7h30 e 8h desta quinta-feira, das 83 vias consideradas principais de Curitiba, 66 estão com trânsito lento, entre elas as Marechais Floriano Peixoto, Deodoro e Mascarenhas de Moraes, assim como as avenidas Brasília, Presidente Kennedy, Água Verde, Iguaçu, Manoel Ribas, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Luz, Getúlio Vargas, Silva Jardim, Visconde de Guarapuava, Victor Ferreira do Amaral, Santa Bernadete, Vereador Toaldo Túlio, Omar Sabbag e Arthur Bernardes.

De acordo com a Urbs, a Setran está realocando agentes de setores administrativos para garantir o maior número possível de equipes atuando na orientação do trânsito.

Pegar um táxi também não é uma das atividades mais fáceis nesta manhã, os telefones das cooperativas estão ocupados na maior parte das vezes e, quem consegue ser atendido, precisa ter paciência e esperar até 40 minutos por um carro livre. As operadoras de táxis não estão aceitando agendamento de veículos por causa da demanda.

Uma alternativa para quem não pode fugir do caos e precisa se locomover pela cidade são os transportes alternativos cadastrados pela Urbs desde a manhã de quarta-feira (26), primeiro dia da greve. Ônibus, micro-ônibus, vans e carros de passeio estão recolhendo passageiros nos pontos de ônibus e estão autorizados a circular pelas canaletas dos ônibus para não atrasar as viagens. Os táxis também tem autorização para usar as vias exclusivas.

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Negociação:

O Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus convocou os trabalhadores para uma assembléia extraordinária ao meio-dia desta quinta-feira, na Praça Rui Barbosa, para apresentação da proposta de 10,5% de reajuste nos salários, mesma percentagem conseguida no último discídio. Em seguida, às 14 horas haverá uma nova reunião no TRT, para que o acordo seja discutido com as empresas do transporte coletivo.

O sindicato dos motoristas e cobradores quer reajuste de salário de 16% para motoristas, acrescido do INPC, e 22% para cobradores, mais INPC. A pauta pede ainda a manutenção da data-base em 1º de fevereiro e aumento no valor do ticket refeição.