
Motoristas e cobradores protestam contra a onda de assaltos na capital e região metropolitana
Os constantes assaltos, que vitimaram motoristas e cobradores em Curitiba e região metropolitana, vão desencadear em setembro uma onda de protestos que pode causar transtornos à vida dos passageiros. Os trabalhadores do transporte coletivo da capital e RMC prometem paralisar diariamente, por uma hora, os ônibus como forma de reivindicar maior segurança no exercício do trabalho.
Uma assembleia realizada na madrugada desta segunda (4) atrasou, por quase uma hora, algumas linhas de ônibus da capital, e deram a tônica de como pode ser o mês de setembro. Duas mortes serviram como estopim para a realização dos protestos: uma ocorrida em 22 de julho, durante assalto a um ônibus na região de Colombo, e a outra no bairro Capão Raso, quando um cobrador foi morto com dois tiros na cabeça.
O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba) solicitou algumas reivindicações, como a implementação de filmadoras com monitoramento online em todos os veículos e patrulhamento especial, além da implementação de uma delegacia especializada em crimes realizados no transporte coletivo.
As paralisações diárias estruturadas pelo Sindimoc devem durar até o próximo dia 20, quando ocorrerá uma grande manifestação, a ser realizada na Praça Rui Barbosa, a partir das 15 h.
Em Porto Alegre (RS) e Belo horizonte (MG), o monitoramento por vídeo diminuiu em 90% a criminalidade no transporte coletivo.
Assembleias
Além da primeira reunião, realizada nesta segunda (4), na Viação Cidade Sorriso, outras assembleias acontecerão na terça (5) e quarta (6), nas viações Redentor e São José Filial, respectivamente. O objetivo é deliberar as próximas ações a serem tomadas pelos funcionários do transporte coletivo.
Represália
O Setransp (entidade que representa as empresas de ônibus) enviou ao Sindimoc ofício ameaçando descontar as horas em paralisações dos salários dos trabalhadores, em represália às paralisações e assembleias iniciadas nesta segunda.
“Isso só mostra o quanto estão preocupados com seus passageiros e trabalhadores. Certamente os diretores das empresas andam apenas em carros blindados, ou seja, acreditam, ainda, que o problema não é deles, ainda que cada vez mais usuários estejam migrando para UBER e outros tipos de transporte, mais seguros”, lamenta Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, avisando que não se deixará influenciar por ameaças. “Estamos aqui para defender os direitos dos trabalhadores. Caso ocorram represálias, estaremos atuando imediatamente”.