A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) investiga um caso chocante registrado na cidade de Itaperuna, no noroeste do estado, que resultou na morte de uma família. Pai, mãe e o filho caçula, de 3 anos, foram mortos enquanto dormiam na madrugada do dia 21 de junho. Os corpos das vítimas só foram encontrados quatro dias depois, na quarta (25), quando o filho adolescente do casal mudou a versão e confessou a ação violenta.

A família morava em uma residência no bairro Comendador Venâncio. Na madruga de sábado (21), alguns disparos foram ouvidos na região, porém, os vizinhos, que inclui a avó do adolescente suspeito, pensaram que os tiros fossem em um matagal.
No dia seguinte, o adolescente foi questionado sobre os pais, mas alegou que eles tinham saído para socorrer o filho caçula, que tinha se engasgado com um caco de vidro. Já na terça-feira (24), a avó do garoto foi até a delegacia para registrar o desaparecimento, visto que não tinha mais informações sobre os três familiares. A partir deste momento, a PCRJ iniciou as investigações.
Sangue na casa e odor faz adolescente mudar versão
Na manhã de quarta-feira (25), agentes da PCRJ foram até a residência da família e encontraram evidências que não coincidiam com a versão apresentada pelo adolescente. Foram encontradas manchas de sangue pela casa e os policiais sentiram um forte odor. Diante das cenas, os agentes interrogaram o garoto, que, desta vez, confessou o ataque.

O adolescente de 14 anos contou que na noite de sexta-feira (20), tomou energético para passar a noite acordado. Enquanto estava no quarto com os pais, o menino aproveitou o momento de descanso da família, pegou a arma do pai, que estava embaixo do colchão, e realizou os disparos.
O primeiro tiro foi disparado contra a cabeça do pai. Na sequência, o adolescente atirou na cabeça da mãe, e, para terminar o crime chocante, disparou contra o pescoço do irmão de 3 anos. As três vítimas morreram no local.
Corpos de família morta escondidos em cisterna
Conforme investigação do delegado Carlos Augusto Guimarães, após matar os pais e o irmão, o adolescente utilizou alvejante para arrastar os corpos até uma cisterna, que fica a cerca de 5 metros do quarto. As vítimas ficaram no local até a manhã de quarta-feira (25), quando foram encontrados pela equipe da PCRJ.
“Ele foi muito espontâneo ao contar como cometeu os crimes. É um menino frio, sem remorso. Perguntamos se ele se arrependia, e ele disse que não, que faria tudo de novo. As respostas que ele nos deu foram rápidas e o tempo todo ele se autoafirmava como homem”, contou o delegado.

Arma do pai foi usada no crime
A arma utilizada pelo adolescente pertencia ao pai, que guardava o equipamento embaixo do colchão. O homem chegou a compartilhar fotos com a arma nas redes sociais.
Após o desaparecimento dos familiares, a avó esteve na residência, encontrou a arma e levou para a própria casa, com medo que o adolescente encontrasse e se machucasse. Durante a investigação, a arma foi entregue aos policiais.
Família morta: quem são as vítimas
As vítimas do ataque do adolescente em Itaperuna, que resultou na morte de uma família, são:
- Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos (pai)
- Inaila Teixeira, de 37 anos (mãe)
- Antônio Filho, de 3 anos (filho)

Adolescente estava com a mala pronta para viajar
O adolescente que confessou ter atirado contra a família estaria conhecendo uma menina que mora no Mato Grosso e pretendia viajar mais de 2 mil quilômetros para se encontrar com a garota. Entretanto, ao pedir autorização para os pais, eles teriam negado e informado que o filho não viajaria.
Na residência, os policiais encontraram uma mala pronta e dois celulares, que seriam dos pais do garoto. Além disso, o adolescente teria comentado que iria se encontrar com a pretendente no Mato Grosso e iria trabalhar em um mercado da região, com salário em torno de R$ 1,4 mil.
Além disso, foi verificado que antes do ataque contra os pais, o adolescente pesquisou “como receber FGTS de falecido?”. A polícia apurou que o pai do garoto teria direito a um valor estimado em R$ 73 mil.
A polícia pretende ouvir o depoimento da garota que conhecia o adolescente, por meio de jogos online, e os familiares dela em Mato Grosso. O adolescente suspeito pelas mortes segue apreendido em Itaperuna.
Os corpos dos pais e do filho caçula foram enterrados na tarde desta quinta-feira (26).
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