O impasse entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba continua e pode prejudicar milhares de usuários que moram nas cidades da Região Metropolitana de Curitiba e utilizam o sistema de transporte integrado. Na tarde desta segunda-feira (12) a Urbs (Urbanização Curitiba), braço da administração municipal que gerencia o sistema de ônibus de toda a região metropolitana, recusou a proposta de renovação do convênio da rede integrada de transporte apresentada pelo Governo estadual na última sexta-feira.
O problema desta vez é que, na proposta apresentada pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que tem a obrigação e fazer o repasse financeiro para subsidiar o transporte das cidades vizinhas à capital, ao invés de repassar R$ 7,5 milhões por mês à Urbs, o Governo repassaria apenas R$ 2,3 milhões. Ou seja, mais de R$ 5 milhões a menos.
Para justificar essa redução, o Governo do Paraná encomendou uma pesquisa de origem e destino que apontou que as viagens metropolitanassão a parcela mais barata do sistema. De acordo com essa pesquisa, cuja metodologia foi bastante questionada, as viagens mais curtas, feitas dentro de Curitiba, são a parte mais cara e a tarifa metropolitana se paga sozinha com R$ 2,85. A Comec alega então, que antes o Governo estaria pagando mais do que deveria.
A URBS, no entanto, nunca fez nenhuma pesquisa do gênero e não tem dados para confrontar as informações do Governo do Estado.
Em nota, a URBS afirmou que sem a renovação do convênio, há a separação financeira imediata entre transporte metropolitano e transporte urbano de Curitiba. “A partir de 01 de janeiro de 2015, a responsabilidade pelo pagamento das empresas de transporte metropolitano passou a ser competência exclusiva da Comec”, diz a nota, que lembra ainda da necessidade de o Governo Estadual informar uma conta bancária para que seja feito o repasse das receitas.
Sobre o pagamento das pendências financeiras do Governo do Paraná, a URBS afirmou que “até o momento, a COMEC não informou como e quando pretende efetuar o pagamento devido que totaliza cerca de R$ 16,5 milhões”. Além disso, a administração estadual ainda não licitou o transporte metropolitano, o que deveria ter acontecido até o final de 2014.