Usuários do transporte coletivo em Araucária protestaram no início da manhã desta segunda-feira (13), no Terminal Vila Angélica. A insatisfação ocorre por conta de que os coletivos deixaram passar por lá, colocando fim à integração entre Curitiba e Araucária.

No ato, os manifestantes impediram a saída dos ônibus do local e alguns veículos foram apedrejados.

Os moradores estão revoltados com o fim da integração sem aviso da administração pública. No dia 20 de fevereiro os moradores também protestaram pelo fim da integração.

Durante a confusão, a polícia interviu e balas de borracha chegaram a ser disparadas contra os manifestantes.

Agora quem quiser embarcar na região metropolitana com destino a Curitiba não pode mais pagar a passagem com o cartão transporte da URBS. O pagamento deve ser realizado com dinheiro ou com os passes de papel.

Veja imagens do momento em que manifestantes tentam tombar um ônibus:

Outro lado

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) divulgou uma nota afirmando que segue orientação do acordo firmado entre Urbanização de Curitiba (Urbs), Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e Ministério Público do Paraná (MP-PR) quanto à nova modalidade de integração e uso do cartão transporte.

No dia 12 de fevereiro de 2015, reunidas na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, Urbs e Comec acordaram que “os créditos-transporte que os consumidores adquiriram até o dia 6 de fevereiro valerão para utilização em todas as catracas urbanas e metropolitanas integradas URBS/COMEC pelo prazo de seis meses, a contar dessa data, ou até exaurir esse estoque, o que ocorrer antes”.

Quem comprou crédito após 6 de fevereiro já deveria, em tese, sofrer restrição ao se deslocar da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) para a capital. No entanto, o sistema permaneceu inalterado por dois meses para atualização. A partir desta segunda-feira (13), entrou em vigor a medida estabelecendo que, quem quiser seguir da RMC para a capital, somente poderá pagar com o cartão da Urbs se o crédito tiver sido comprado antes de 6 de fevereiro.

O Setransp afirma ainda que lamenta o vandalismo praticado contra os ônibus, que, em última análise, prejudica o próprio passageiro.

Comec

Em nota, a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) esclarece que, com a separação financeira da Rede Integrada de Transporte (RIT), ocorrida em fevereiro, foram feitas mudanças no uso do cartão transporte do sistema metropolitano de transporte coletivo.

Desde 14 de fevereiro o usuário da região metropolitana que se dirige a Curitiba deve pagar sua passagem (no valor de R$ 3,30), com dinheiro ou com vale-transporte de papel (adquirido no Metrocard). Já o usuário que faz o caminho contrário, ou seja, se desloca de Curitiba em direção a região metropolitana, deve pagar sua passagem com dinheiro (no valor de R$ 3,30) ou com o cartão da Urbs.

Apesar de o modelo valer desde 14 de fevereiro, por questões técnicas a Urbs pediu um prazo de até 60 dias para validar o sistema e ajustar os equipamentos.

Nos últimos dias de março a Metrocard distribuiu panfletos nos terminais da região metropolitana informando que a partir do dia 29 de março os créditos adquiridos nos cartões da Urbs não seriam mais aceitos na região metropolitana.

Os usuários que carregaram o cartão transporte da Urbs até a zero hora de 6 de fevereiro podem continuar usando o cartão da Urbs para se deslocar da região metropolitana para Curitiba por um prazo de seis meses (ou seja, até agosto).

O vale transporte de papel é temporário e em breve deverá ser lançado o cartão de transporte metropolitano.

Apesar da separação financeira do sistema, a integração físico-operacional entre Curitiba e os 13 municípios da região metropolitana está mantida. Ou seja, o usuário metropolitano que embarcar em um ônibus da Rede Integrada de Transporte Metropolitano vai se deslocar até um terminal em Curitiba. O usuário vai descer dentro do terminal e poderá embarcar em outro ônibus, sem a necessidade de pagar uma nova passagem.