
Em Curitiba, Londrina e Maringá, motoristas e cobradores desrespeitam recomendação de frota mínima; capital cadastra carros particulares para transporte de passageiros
Em um dia marcado por mobilização nacional contra a mudança nas regras da aposentaria, os curitibanos que dependem de transporte público estão em apuros. Equipes da RICTV estão desde a madrugada desta quarta-feira (15) acompanhando a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus na capital.
Na manhã de hoje, foi aprovada uma ação que exige que 50% da frota circule em Curitiba. A medida prevê multa de R$ 50 mil para a categoria de motoristas e cobradores. Mas a nossa reportagem, constatou que não há ônibus circulando pelas ruas por volta das 8h.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), Anderson Teixeira, o dia todo deve ser assim, sem transporte, mas a tendência é que a greve continue a partir desta quinta. “A quarta-feira marcará o início da luta dos trabalhadores do transporte coletivo. Nossa greve é contrária à desvalorização de motoristas e cobradores, que por mais de 40 dias foram tratados com descaso, sem presença de poder concedente, e os empresários trataram sem proposta condizente”, afirmou.
Segundo o Sindimoc, cerca de 32 mil metalúrgicos, motoristas e cobradores, ligados à Força Sindical se reuniram em 29 garagens de ônibus e nas maiores empresas metalúrgicas de Curitiba e região metropolitana na manhã de hoje. Há um ato previsto para ocorrer a partir das 10h em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, juntamente com centrais sindicais de funcionários públicos.
Transporte alternativo
A Urbanização de Curitiba S/A iniciou, por volta das 6h, um cadastramento de veículos particulares para o transporte de passageiros durante a greve dos motoristas e cobradores. Os veículos serão autorizados pela Urbs a fazer transporte alternativo podendo cobrar, no máximo, R$ 6,00 por pessoa. O cadastramento está sendo feito na área de táxi, na ala ferroviária, da rodoferroviária, com acesso pela trincheira que fica embaixo do prédio da Urbs. O acesso será liberado por agentes de trânsito mediante identificação do motorista.
Professores em greve
Mais de 75 mil professoes APP – Sindicato, que representa os servidores da educação estadual, vão cruzar os braços e mais de dez mil docentes da rede municipal de Curitiba já paralisaram as atividades.
Cerca de 5 mil trabalhadores estão reunidos em frente ao prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, no centro da Capital, para o ato contra a Reforma da Previdência. Os profissionais sairão em caminhada, logo mais, rumo ao Palácio Iguaçu, onde a APP solicitou uma reunião com o governador Beto Richa. Pelo menos 90% das escolas estão fechadas e a adesão à greve está crescendo.
Interior do Estado
Em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, os professores suspenderam as atividades em todas as escolas. Ainda na manhã de hoje, eles devem se reunir para dialogar e entregar panfletos aos pais de alunos e à população em geral sobre as reivindicações da categoria. Em Cascavel e Toledo, os professores também aderiram à paralisação e se reúnem agora cedo para protestar.
Em Londrina, no norte, as escolas estaduais também estão paradas. Os professores municipais que cruzaram os braços, terão que repor as horas de trabalho. Na tarde dessa terça-feira (14), uma decisão em favor das empresas de ônibus determinou que 70% da frota funcionasse hoje. O sindicato dos cobradores e motoristas, no entanto, recorreu e conseguiu revogar a decisão para que 60% dos coletivos circulasse nas horas de pico e 40% nos demais horários. Porém, a medida só foi cumprida às 10h30, pois segundo reportagem da RICTV, os ônibus não circularam no início da manhã de hoje.
Em Maringá, no noroeste do Estado, 70% dos ônibus estão rodando, mas não em quantidade suficiente para atender a população, que está enfrentando filas e dificuldades para embaracar nos coletivos. Trabalhadores de várias centrais sindicais se reúnem, a partir das 10h, em frente ao INSS para discutir a situação.
Interdição na 277
Um protesto contra a reforma da Previdência e contra o governo federal interditou totalmente a BR-277 por volta das 08h na pista sentido Paranaguá. A fila de carros passa dos seis quilômetros e só às 11h50 a pista foi liberada. O destino dos manifestantes é o Porto de Paranaguá e ainda não há informações sobre qual grupo está na liderando as reinvicações.
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