O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, chamou nesta terça-feira (30) os venezuelanos para as ruas. “O começo do fim da usurpação [do poder no país, pelo presidente Nicolás Maduro]”, afirmou em discurso.

Guaidó chama venezuelanos para as ruas

Acompanhado por homens em uniformes militares e veículos blindados na capital Caracas, ele pediu para que os venezuelanos se manifestem nas ruas.

 

“São muitos os militares. A família militar deu o passo, de uma vez por todas. A todos os que estão nos escutando. É o momento, o momento é agora, não só de calma, mas de coragem para seguirmos adiante. Vamos recuperar a democracia e a liberdade na Venezuela”, disse Guaidó.

Perto da base aérea Generalísimo Francisco de Miranda, onde está Juan Guaidó, membros da Guarda Nacional Bolivariana atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes.

Governistas pedem apoio

No Twitter, o ministro da Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, diz que o governo está confrontando um pequeno grupo de “traidores militares”. Além de afirmar que estão buscando promover um golpe.

Em telefonema à televisão estatal, o governista Diosdado Cabello, número dois na hierarquia chavista, ainda pediu a apoiadores de Maduro que se reúnam perto do Palácio Miraflores. Isso, para defender o atual presidente do que ele diz ser um “pequeno levante de traidores militares apoiados pelos Estados Unidos”.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, acrescentou que os quartéis do país estão funcionando com “normalidade” e rejeitou o pronunciamento “golpista”.

Padrino garantiu que a FABN (Força Armada Nacional Bolivariana) “se mantém firme em defesa da Constituição Nacional e de suas autoridades legítimas”.

Soltura de Leopoldo López

Outro líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, foi libertado nesta terça-feira em Caracas, onde cumpria uma pena de quase 14 anos em regime de prisão domiciliar, como consequência de “um movimento civil e militar”, anunciou à Agência Efe o pai do político.

López foi libertado por conta de um ‘indulto presidencial’ de Juan Guaidó, segundo confirmou o pai de López em declarações telefônicas desde Boston (nos Estados Unidos).

“Hoje começa a operação liberdade em toda Venezuela” para “acabar com a usurpação” de Nicolás Maduro, ressaltou o pai do opositor.

Além disso, o pai confirmou que seu filho está reunido com Guaidó em uma base militar do país.

Líder do Vontade Popular, López se entregou às autoridades venezuelanas em 18 de fevereiro de 2014, depois que um tribunal de Caracas ordenou sua detenção por instigar à violência como um dos responsáveis por convocar uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas de feridos seis dias antes.

O político ficou detido em uma prisão militar acusado dos crimes de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio. Acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão, que cumpria atualmente em prisão domiciliar.