Curitiba - Um projeto de lei apresentado pela vereadora Tathiana Guzella (União Brasil) busca que Curitiba seja reconhecida como “Capital Pró-Vida”. A proposta prevê incentivo a políticas públicas, campanhas educativas e alternativas à interrupção da gestação (aborto).

Na Comissão de Educação da Câmara Municipal, o texto foi aprovado por 4 votos a 1, gerando debate entre os vereadores.
Durante a discussão, a vereadora Meri Martins (Republicanos) defendeu a proposta, enquanto a vereadora Professora Angela (PSOL) manifestou críticas, afirmando que a medida pode levar à revitimização de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Martins defendeu a proposta, destacando a necessidade de responsabilidade antes da gravidez e afirmando que a medida pode incentivar alternativas à interrupção da gestação (aborto).
“Pense antes de fazer aquilo que ela quer fazer. Nós estamos falando de estupro. O estupro é uma coisa que vai, é uma coisa obrigada, que vai além daquilo do não. Mas muitas pessoas se valem disso e querem uma liberdade para fazer o que querem para depois descartar. Não é assim. Nós temos que ter responsabilidade, pensar antes de fazer as coisas”, disse Martins.
A vereadora Professora Angela destaca três cenários específicos onde a mulher não tem escolha em relação ao aborto, desafiando a noção de que todas as decisões de abortar são baseadas em uma escolha livre ou em falta de prevenção
“Nesses três casos que a gente fala, a mulher não teve escolha, né? Quando a gente fala de um estupro, quando a gente fala de um eh eh eh feto anencéfalo, quando a gente fala de risco de vida para uma mulher, né? E eh vocês eh leram ali bastante, frisaram ali bastante e é um trauma, né, pra mulher também fazer o aborto. É óbvio que é um trauma para uma mulher fazer o aborto” , relatou.
Ela enfatiza que o aborto é um trauma para a mulher, e que nenhuma mulher o faz por prazer. A professora contesta firmemente a ideia de que a questão do aborto se resume à falta de prevenção, afirmando que “é muito errado a gente dizer assim, não se preveniu antes”, pois “tem vários casos que não é isso, não é uma questão de prevenção”
“Eu acho que nenhuma mulher deve eh gostar de fazer isso. Não faz porque sente prazer, não faz. Mas é é muito errado a gente dizer assim, não se preveniu antes, não, porque tem vários casos, porque tem vários casos que não é isso, não é uma questão de prevenção, né? E é disso que a gente tá falando aqui também. E revitimiza sim quando, por exemplo, né, nós tivemos casos da juíza falando pra menininha lá de 12 anos, você não aguenta esperar mais um pouquinho, né? Eh, a menina tinha o direito de fazer. Ela tinha 12 anos, ela sofreu uma violência sexual, né? E quando tem essa abordagem, ela está sendo revitimizada, sim”, defendeu.
Na sessão desta terça-feira (19), Tathiana Guzella usou a tribuna para reforçar a defesa da proposta, destacando alternativas como a adoção. Além disso, questiona a necessidade do aborto ao apontar para a ampla disponibilidade e acessibilidade de métodos contraceptivos
“Os postos de saúde fornecem a pílula anticoncepcional, fornecem a camisinha, fornecem outros meios também com prescrição médica para casos especiais. A pílula do dia seguinte custa R$ 3 e pouco. É acessível a todos. Então eu peço uma análise aqui geral, sem toma, já critiquei bastante a questão do aborto, que eu sou totalmente contra, embora tenha as esculpantes penais. E eu agradeço muito pela defesa desse projeto, que é uma campanha de conscientização para que a mulher que deseja abortar talvez possa esperar um pouquinho mais e colocar essa criança para adoção”, disse a autora do projeto.
O projeto ainda não foi pautado para votação no plenário da Câmara.
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