Curitiba - O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, participou nesta segunda-feira (11) de uma sessão na Câmara Municipal para discutir a nova licitação do transporte coletivo da capital.

Na semana passada, o prefeito Eduardo Pimentel (PSD) já havia classificado a concessão como o “principal desafio” e o “assunto mais importante” da atual gestão, durante a abertura dos trabalhos legislativos do segundo semestre.
Durante a sessão, Ogeny respondeu a questionamentos dos vereadores e apresentou dados sobre o sistema de transporte. A vereadora Vanda de Assis (PT) questionou o sigilo do contrato de consultoria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por auxiliar na formatação do edital da licitação.
“Essa questão do contrato com o BNDES, nós assinamos lá em 23 já, trabalhamos no contrato efetivamente com o BNDES, ele é um contrato que até que possa ser publicado, ele tem um caráter sim sigiloso, porque é levantamento de informações. Nós temos todas as peculiaridades dos sistemas. Os estudos são complexos, não existe a possibilidade de a gente pegar e abrir os estudos no momento em que estamos fazendo o levantamento, cruzamento de dados e também modificações estruturais. Ele é, inicialmente, sim, trabalha dessa maneira, mas todos os cálculos, tudo que foi projetado e tudo que foi feito ao longo desse período, na abertura da consulta pública, já ficará exposto a todos”, explicou.
Uma das novidades previstas no novo modelo é a integração temporal, que permitirá flexibilidade nas rotas com uso de um bilhete único válido por tempo determinado. O presidente da Urbs explicou como a mudança deve funcionar.
“Perfeito, a integração temporal será ampla e restrita, então hoje nós temos a integração temporal em alguns pontos e a integração física com toda a região metropolitana, com todos os terminais. A integração temporal ampla possibilita que o passageiro desça, por exemplo, de um ônibus convencional, uma linha de bairro, e pegue outra linha de bairro que esteja indo para outro sentido, por exemplo, mas que passe por aquele local ou próximo. Então, num período de 30 minutos, uma hora, o passageiro pode se deslocar até outro ponto e pegar um ônibus sem pagar a passagem, então integração temporal ampla”, disse Maia.
Nova licitação do transporte em Curitiba prevê criação de novas linhas
A proposta da nova concessão prevê a criação de cinco novas linhas, com 41 ônibus adicionais — sendo 13 biarticulados. Dos quase R$ 4 bilhões previstos de investimento, R$ 3,2 bilhões devem ser destinados à compra de nova frota. Pelo menos 14 linhas de maior circulação receberão veículos elétricos e, até 2031, a frota sustentável deverá chegar a 245 ônibus.
Atualmente, Curitiba conta com 1.169 veículos, idade média de 8 anos, transportando cerca de 13,4 milhões de passageiros por mês — aproximadamente 600 mil por dia. O novo contrato também exigirá ar-condicionado em 54% da frota e transferirá a manutenção das estações-tubo para empresas terceirizadas.
Ogeny Maia afirmou que a Urbs oferecerá uma estrutura de garantia de receitas para a operação e busca soluções para reduzir a tarifa.
“Hoje a tarifa técnica é de 8 reais e 14 centavos por mês de agosto, a tarifa passageira é de 6 reais, então o município custei a 2 reais e 14 centavos por passageiro atualmente. Essa tarifa técnica é variável ao longo do tempo, então depende da quantidade de frota, depende do quilômetro rodado, dias úteis, enfim, e continuar sendo assim, mas a tarifa técnica é de 2 reais e 14 centavos por mês, o período de transição contratual, de um contrato para o outro, já garantido pelo prefeito Eduardo Pimentel. Então, é importante falar que, embora se mude o contrato, o custeio, ele terá que ter ainda subsídio municipal. Nós estamos buscando outras fontes de recursos para que esse subsídio seja, tenha o menor impacto possível nas finanças do município. Então, trazendo o subsídio estadual e também trabalhando para que o marco legal da mobilidade possa. Contemplar a gratuidade dos idosos, por exemplo, e as gratuidades instituídas por lei, que vão ajudar sobremaneira o transporte público. Hoje, 15% de todo o sistema são gratuidades, equivalente a 150 milhões de reais anuais. Este recurso poderia ser utilizado para reduzir o valor da tarifa ao usuário, caso nós tivéssemos pago as gratuidades por quem as instituiu”, concluiu.
As mudanças dependem de revisão na Lei do Transporte Coletivo, em análise pelos vereadores. O presidente da Câmara, Tico Kuzma (PSD), disse que acompanha de perto as discussões e espera aprovação até o fim de agosto.
“O importante hoje é a presença do presidente para atualizar esses dados publicamente e para os vereadores e a sociedade de como está esse processo, quais são as vantagens. Dessa nova licitação, para aquela pessoa que utiliza ônibus na cidade de Curitiba, e também qual é a vantagem para toda a cidade de Curitiba, pois há muito subsídio no transporte coletivo, então isso é importante não só para quem utiliza, mas para todas as pessoas”, falou o vereador.
A consulta pública sobre o novo modelo está prevista para setembro, seguida por audiências públicas em outubro. A Prefeitura pretende lançar o edital em novembro, realizar o leilão em janeiro e assinar o contrato até junho de 2026.
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