O Procon e a Vigilância Sanitária de Umuarama, na região noroeste do Paraná, realizaram exames laboratoriais em lotes de carnes recolhidos em supermercados da cidade e o resultado foi divulgado nesta segunda-feira (07). Dos cinco lotes analisados, um lote de capa de filé da marca Friboi, do Frigorífico JBS unidade de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, apontou resultado positivo para a presença de formol. O relatório diz ainda que a carne possuía “odor não característico”.

Segundo o diretor do Procon, Sandro Gregório, os exames foram feitos depois da reclamação de um consumidor, que comprou duas peças da capa de filé Friboi em um supermercado e elas estavam impróprias para o consumo.

As amostras foram encaminhadas para exames no mês de outubro, no laboratório da Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus de Umuarama. Os pesquisadores também analisaram amostras dos frigoríficos Astra, Jirard, Marfrig e Mata Boi, que apresentaram resultados negativos.

A decisão sobre penalidades a serem aplicadas à empresa deve sair até o fim do mês. A multa prevista varia de R$ 700 a R$ 7 milhões.

Na defesa enviada ao Procon, a Friboi informou que a substância formaldeído é produzida pela própria carne.

A empresa enviou uma nota à imprensa nesta segunda-feira (07) afirmando que não utiliza formol na produção de suas carnes e que a qualidade dos produtos é fiscalizada por veterinários do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Confira abaixo o texto da nota na íntegra.

  •  “A Friboi afirma que não utiliza e nunca utilizou formaldeído (formol) na linha de produção de suas fábricas de carne bovina in natura. A amostra de carne, coletada em outubro de 2014, pelo Procon de Umuarama (PR), foi produzida na unidade de Naviraí (MS). Essa, ou qualquer outra fábrica da marca, não utiliza qualquer tipo de conservante em suas linhas de produção in natura, o que elimina qualquer possibilidade de essa contaminação ter ocorrido dentro de uma unidade.
  • A Friboi destaca ainda que já prestou todos os esclarecimentos técnicos e enviou, em abril de 2015, ao Procon de Umuarama a documentação necessária que comprova que a fábrica nunca comprou a substância citada nos laudos. Dessa forma, se o formol foi realmente identificado na amostra, a contaminação ocorreu após o produto ter deixado a fábrica.
  • A companhia ressalta que é a maior interessada em esclarecer os fatos e, inclusive, já solicitou ao Procon informações sobre os procedimentos e critérios usados na realização dos testes. Até agora, os laudos apresentados por eles são inconclusivos e sequer indicam a suposta quantidade de formol identificada na amostra de carne testada.
  • A empresa informa ainda que não foi autuada nem recebeu qualquer tipo de multa, mesmo porque o processo ainda não foi encerrado. Tanto o processo do Procon quanto a defesa da companhia são públicos e podem ser acessados no Procon de Umuarama pelo número 1728/2014.
  • A Friboi reitera que possui rigorosos processos de qualidade e garantia de origem. Todas as fábricas têm seus processos produtivos fiscalizados diariamente por veterinários do Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão governamental ligado ao Ministério da Agricultura, que fiscaliza continuamente as questões relacionadas à segurança alimentar dentro do processo produtivo, e assim a Friboi garante a sanidade dos produtos enviados aos consumidores.”