Um homem que visitou o Zoológico de Curitiba no começo da tarde da última segunda-feira (21) é procurado pela Secretaria Municipal da Saúde, após entregar um morcego vivo que havia sido encontrado perto da área do chimpanzé. No dia seguinte, com a realização de exames, o vírus da raiva foi constatado no animal. Por esta razão, a pessoa que o tocou para levar até os funcionários do local deve procurar imediatamente uma unidade de saúde ou ligar para o telefone 156 para receber todas as orientações e tratamento apropriado.

O visitante, que não se identificou, relatou aos profissionais de plantão que o morcego estava caído na beira do lago. Era um pequeno morcego marrom e insetívoro (não hematófago). Na terça-feira (22), o animal foi entregue para o Centro de Controle de Zoonoses, que o encaminhou para o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), onde foi realizado exame de imunofluorescência direta para o vírus rábico, que deu positivo.

A raiva é uma doença grave de alta mortalidade que atinge todos os mamíferos, incluindo os seres humanos, animais domésticos e silvestres. Curitiba não registra casos de raiva humana e/ou canina há mais de 30 anos, mas em 2010 um gato pegou a doença depois de ter contato com um morcego. Por isso, é muito importante que a população se mantenha atenta e, em caso de contato sem proteção com morcegos, procure o quanto antes uma unidade de saúde (básica ou 24 horas).

Morcegos encontrados caídos ou mortos devem ser somente coletados com auxílio de uma vassoura ou uma pá, colocados em um frasco com boca larga e tampa e levados a uma Unidade de Saúde para confirmação laboratorial da doença. Em casos de dúvida, solicite o auxílio de profissionais, que farão a adequada remoção do animal para diagnóstico.

Morcegos
Embora possam hospedar o vírus da raiva e infectar as pessoas, todos os morcegos são extremamente importantes, pois contribuem no controle de insetos, disseminando as sementes, polinizando muitas espécies vegetais nos parques e praças de Curitiba. Além disso, os morcegos fazem parte da cadeia alimentar de predadores como corujas, algumas cobras e gaviões.

O morcego entregue no Zôo era do gênero Myotis, insetívoro, encontrado em toda a extensão de Curitiba e que auxilia no controle de insetos da cidade. Todos os morcegos têm hábitos noturnos, ou seja, saem para se alimentar à noite e são raramente encontrados de dia. Porém, quando estão infectados com o vírus da raiva, podem mudar seu comportamento.