Brasil - A assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, aguardada com expectativa há décadas por países que compõem os blocos econômicos, foi adiada para janeiro de 2026. A afirmação partiu da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quinta-feira (18), e foi divulgada inicialmente pelas agências de notícias AFP e Reuters.

A formalização do acordo estava prevista para ocorrer neste sábado (20), durante a 67ª Cúpula do Mercosul e Estados Associados, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pelas agências, von der Leyen confirmou, em reunião com líderes dos blocos, que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro.
Para o acordo ser assinado em solo paranaense, era necessária a aprovação da maioria dos 27 Estados-membros do bloco europeu, o que não ocorreu especialmente diante da forte resistência de França e Itália.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ter conversado com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e que ela não seria contrária ao acordo, mas vem sofrendo pressão do setor produtivo italiano.
“Na conversa com a primeira-ministra Meloni, ela ponderou para mim que ela não é contra o acordo. Ela apenas está vivendo um certo embaraço político por conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza que ela é capaz de convencê-los a aceitar o acordo. E, então, ela pediu para mim que se a gente tiver paciência de uma semana, de 10 dias, de máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, disse Lula, no Palácio do Planalto.
Maior zona de livre comércio do mundo
Os debates sobre o pacto entre Mercosul e União Europeia, para criar a maior zona de livre comércio do mundo, são costurados há 25 anos. Após ser selado, o acordo irá possibilitar ao Brasil acessar um mercado de aproximadamente 720 milhões de pessoas, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 trilhões.
Pelo texto, insumos como soja, carne, açúcar e arroz sul-americanos teriam a entrada facilitada em países europeus. Em contrapartida, os parceiros comerciais do outro continente poderiam exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas, entre outros produtos.
O agronegócio paranaense, vital para mover a economia do estado, será o mais beneficiado com o fechamento do acordo Mercosul-União Europeia.
“O Estado, lembrando, é o grande produtor de proteína animal em nível de Brasil, é líder na produção e exportação de carne de frango, vice-líder na produção de carne suína, e essas, sem dúvida, devem ser as grandes beneficiárias desse acordo”, explica Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP.
*com informações da Agência Brasil
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