Por Nigel Hunt
LONDRES (Reuters) – A aquisição de uma fatia da empresa de agronegócios Louis Dreyfus Company (LDC) pelo fundo ADQ, de Abu Dhabi, é uma parte importante da estratégia de segurança alimentar dos Emirados Árabes Unidos, disse a ministra de Segurança de Alimentos e Água do país, Mariam bint Mohammed Saeed Hareb Almheiri.
A LDC fechou um acordo em novembro para vender uma participação de 45% à holding estatal, no primeiro investimento externo recebido pela companhia de controle familiar em seus 170 anos de história.
A operação, que deve ser concluída até meados de 2021, inclui um acordo de oferta de longo prazo para vendas de commodities agrícolas aos Emirados Árabes Unidos, de acordo com as empresas.
“É importante, como um país que importa muitos alimentos, que tenhamos controle sobre alguns aspectos da cadeia de abastecimento”, disse a ministra em entrevista.
A principal acionista da LDC, Margarita Louis-Dreyfus, afirmou nesta quinta-feira que o acordo com a ADQ permitirá a aceleração dos investimentos, após a trading de commodities anunciar um salto de 66% em seu lucro líquido em 2020.
Almheiri disse que a crise dos preços dos alimentos de 2008, quando os custos de importações dispararam e milhões de pessoas foram empurradas para a fome e a pobreza em todo o mundo, foi um “sinal de alerta” para os Emirados Árabes, e que a segurança alimentar é uma prioridade nacional.
O país construiu silos para reservas estratégicas de grãos no porto de Fujairah, com capacidade de 300 mil toneladas.
A ministra afirmou que cerca de 60% a 70% desses armazéns estão cheios, o que permite que seja esperado um aumento na utilização à medida que os emirados ampliam seu setor de processamento de alimentos.