O Governo Federal espera que o Acordo Mercosul-União Europeia possa ser assinado neste sábado (20) e o tratado de livre comércio é aguardado com expectativa pelo agronegócio paranaense.

Mercosul e União Europeia negociam esse acordo de livre comércio há 26 anos, com a expectativa de que o Brasil possa acessar um mercado de, aproxidamente, 720 milhões de pessoas, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 trilhões.
Para Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP, o agronegócio paranaense será o mais beneficiado com o fechamento do Acordo Mercosul-União Europeia.
“O Estado, lembrando, é o grande produtor de proteína animal em nível de Brasil, é líder na produção e exportação de carne de frango, vice-líder na produção de carne suína, e essas, sem dúvida, devem ser as grandes beneficiárias desse acordo”, explicou Ferreira.
Ferreira pontuou que a suinocultura paranaense exportou 664 toneladas de carne a União Europeia em 2024. Com o acordo fechado, esse índice pode subir para 25 mil toneladas, com uma alíquota de apenas US$ 83 por tonelada.
Outro setor que deve ser beneficiado é o setor do açúcar. Atualmente, são exportados anualmente cerca de 663 mil toneladas desse produto ao mercado europeu, com perspectiva de crescimento para 180 nil toneladas.
“Temos diversos outros produtos que devem ser beneficiados com esse acordo de livre comércio. Mas ele, sem dúvida, traz a perspectiva de um mercado bastante exigente. Então, a gente deve ganhar não só com a abertura do próprio mercado da União Europeia, mas também com outros mercados”, prossegue Ferreira.
Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Fabio Brun, o setor florestal do Paraná também conta com perspectiva positiva em caso de fechamento do acordo.
“Nossa região concentra parte expressiva da produção nacional de madeira, celulose e papel e pode se beneficiar da redução de tarifas e da ampliação ao acesso ao mercado. Com esse acordo, a expectativa é que aumente-se as exportações potencialmente, exista atração de investimentos e geração de renda e reforça o papel estratégico de florestas plantadas na economia do sul do país”, finalizou Brun.
Acordo Mercosul-UE pode beneficiar agro do Paraná mesmo antes de aprovação em parlamentos

Mesmo com a assinatura do Acordo Mercosul-UE, o Parlamento Europeu precisa aprovar o acordo com otos favoráveis de 50% dos deputados mais um, o que pode ter resistências de países como a França, Itália e Polônia que questionam termos da proposta.
Além disso, pelo menos 15 dos 27 países precisam ratificar o texto, representando pelo menos 65% da população total da União Europeia, o que pode levar vários anos. Quando o acordo completo entrar em vigor, ele substituirá o acordo comercial provisório.
O acordo ainda precisa ser aprovado dentro dos países do Mercosul, embora a entrada em vigor seja individual.
Mesmo com essas autorizações pendentes, Luiz Eliezer Ferreira, aponta que o Brasil poderá contar com as condições do acordo até as deliberações nos parlamentos.
“Ao longo de 10 a 15 anos, as tarifas dos produtos brasileiros entrando na União Europeia serão isentados, serão reduzidos antes dos produtos europeus entrando no Mercosul. A resistência política e de alguns setores agrícolas da União Europeia é crítica, mas não deve inviabilizar o acordo”, completou Ferreira.
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