NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE avançaram para uma máxima de três anos e meio nesta quarta-feira, impulsionados pelas ofertas limitadas no curto prazo e pela valorização generalizada em mercados de commodities agrícolas.
O café arábica, porém, recuou 3% em meio ao aumento dos estoques certificados pela bolsa e diante do registro de chuvas no Brasil.
AÇÚCAR
* o contrato março do açúcar bruto fechou em alta de 0,8%, a 16,25 centavos de dólar por libra-peso, após avançar até uma máxima de 16,32 centavos, mais alto nível desde maio de 2017.
* Operadores disseram que as ofertas parecem apertadas, pelo menos até abril, quando a produção brasileira deve começar a ganhar força novamente.
* O primeiro contrato, para março, foi negociado 100 pontos acima do segundo vencimento, uma situação de mercado invertido que costuma sinalizar ofertas limitadas no curto prazo.
* O avanço dos preços, no entanto, deve desencadear um aumento nas exportações da Índia, onde a produção tem permanecido significativamente acima dos níveis vistos no ano anterior.
* Fundos têm demonstrado um forte apetite por commodities agrícolas, com os preços do milho atingindo o maior nível desde 2014. Tanto milho quanto cana-de-açúcar são utilizados como matéria-prima do etanol.
* O açúcar branco para março avançou 1,4%, para 443,30 dólares a tonelada.
CAFÉ
* O contrato março do café arábica fechou em queda de 4,2 centavos de dólar, ou 3,4%, a 1,209 dólar por libra-peso, registrando a terceira queda consecutiva e atingindo uma mínima de duas semanas.
* Operadores disseram que o mercado tem sido pressionado pelo aumento nos estoques certificados pela bolsa, pela desvalorização do real no Brasil e sinais gráficos baixistas.
* Os estoques certificados registraram altas em todos os dias desta semana.
* “Os indicadores técnicos estão apontando para uma queda ainda maior nos preços no curto prazo”, disse a Sucden Financial em nota.
* “Fiquei surpreso com a correção. A produção do Brasil continua sendo um ponto de interrogação”, afirmou um corretor.
* O café robusta para março recuou 9 dólares, ou 0,7%, para 1.356 dólares a tonelada.
(Reportagem de Nigel Hunt e Marcelo Teixeira)