NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE recuaram nesta quinta-feira, afastando-se da máxima de cinco meses registrada recentemente, pressionados em parte pela desvalorização do real no Brasil.
AÇÚCAR
* O contrato outubro do açúcar bruto fechou em queda de 0,23 centavo de dólar, ou 1,7%, a 13,01 centavos de dólar por libra-peso. O mercado havia atingido uma máxima de cinco meses na última sexta-feira, a 13,28 centavos.
* Operadores disseram que a desvalorização do real, que atingiu uma mínima de três meses frente ao dólar, foi considerada um fator baixista.
* “A reação no açúcar foi imediata. As usinas geralmente são lentas para reagir às mudanças dos preços, então pode ter sido o mercado vendendo antes da fixação pelas usinas ou especuladores. O resultado foi uma liquidação rápida”, disse um operador em Nova York.
* “O que está sendo dito é que os preços do açúcar em reais estão no nível mais alto desde 2016, um período de preços muito altos do açúcar. E o resultado disso é o estímulo a uma produção maior de açúcar no Brasil”, disse Tobin Gorey, analista do Commonwealth Bank of Australia, em nota.
* Gorey acrescentou que as usinas já estão produzindo o máximo possível de açúcar, o que significa que há pouco espaço para uma produção extra do adoçante.
* A produção de açúcar do Brasil deve avançar 32% em 2020/21, para um recorde de 39,33 milhões de toneladas, disse a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
* O açúcar branco para outubro recuou 3,20 dólares, ou 0,8%, para 376,50 dólares a tonelada.
CAFÉ
* O contrato dezembro do café arábica fechou em queda de 0,4 centavo de dólar, ou 0,3%, a 1,1895 dólar por libra-peso.
* Meteorologistas não veem riscos de geadas nas principais áreas cafeeiras do Brasil, no momento em que uma massa de ar antártica avança em direção ao maior produtor global da commodity.
* O mercado continua apoiado pelo baixo nível de estoques certificados pela ICE.
* O café robusta para novembro avançou 1 dólar, ou 0,1%, para 1.385 dólares a tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Nigel Hunt)