LONDRES/NOVA YORK (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE atingiram a baixa mais intensa em um mês nesta quinta-feira, com recuperação no dólar e os preços do petróleo em queda, levando alguns fundos a liquidar parte de suas grandes posições compradas em commodities agrícolas.

Um dólar forte torna o açúcar cotado na moeda norte-americana mais caro para os detentores de outras divisas, enquanto o recuo no petróleo tende a favorecer a produção do adoçante nas usinas de cana do Brasil, em detrimento do etanol.

AÇÚCAR

* O contrato outubro do açúcar bruto fechou em queda de 0,37 centavo de dólar, ou 3%, a 12,07 centavos de dólar por libra-peso, depois de tocar 11,90 centavos no menor patamar em um mês.

* Traders disseram que parece haver uma demanda física limitada, por isso o desconto para os futuros de outubro em relação ao contrato de março. Eles acrescentaram que mais perdas são prováveis se o dólar continuar a melhorar.

* “A correlação petróleo/açúcar estava caindo, mas a ação de hoje parece que voltou em grande estilo”, disse um corretor sediado nos EUA.

* O índice de preços do açúcar da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aumentou 6,7% em agosto em relação a julho, em meio a clima desfavorável na União Europeia e na Tailândia e forte demanda de importação da China. [nL1N2G00GN]

* O açúcar branco de outubro caiu 5,50 dólares, ou 1,5%, a 353,60 dólares a tonelada.

CAFÉ

* O contrato dezembro do café arábica fechou em baixa de 0,1 centavo de dólar, ou 0,1%, a 1,312 dólar por libra-peso, conseguindo ficar perto do maior patamar em oito meses de 1,3270 dólar alcançado na terça-feira, apesar das vendas gerais de commodities nesta quinta-feira.

* Costa Coffee, uma unidade da Coca-Cola Co, poderia cortar até 1.650 empregos em uma tentativa de lidar com efeitos da crise da Covid-19 em suas lojas no Reino Unido.

* Os preços domésticos do café no Vietnã, maior produtor mundial de robusta, caíram nesta quinta-feira, embora traders tenham dito que a escassez de oferta deve limitar as quedas daqui para frente.

* O café robusta para novembro baixou 4 dólares, ou 0,3%, a 1.436 dólares por tonelada.

(Reportagem de Maytaal Angel em Londres e Marcelo Teixeira em Nova York)