NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto superaram a marca de 14 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez desde março nesta quarta-feira, ignorando o nervosismo nos mercados financeiros, apoiados por preocupações com o clima adverso em várias regiões produtoras.

Os futuros do café arábica saltaram quase 2%, levando adiante a recuperação depois da mínima de dois meses registrada na semana passada.

AÇÚCAR

* O contrato março do açúcar bruto fechou em alta de 0,26 centavo de dólar, ou 1,9%, a 14,14 centavos de dólar por libra-peso, máxima desde 2 de março.

* Operadores citaram preocupações com o clima adverso no Brasil, bem como na Tailândia e Rússia, o que se soma aos problemas com doenças enfrentados pela União Europeia.

* “O Brasil tem enfrentado uma seca severa há meses. O nível de chuvas no mês que vem vai se tornar um fator essencial para o rumo dos preços”, disse a consultoria Agritel em nota.

* Um corretor nos Estados Unidos disse que também há suporte das compras contínuas por fundos, à medida que especuladores ampliam uma já volumosa posição comprada.

* O açúcar branco para dezembro avançou 5,20 dólares, ou 1,4%, para 384,10 dólares a tonelada, depois de atingir o maior nível desde meados de junho (384,20 dólares).

CAFÉ

* O contrato dezembro do café arábica fechou em alta pela segunda sessão consecutiva, com ganho de 1,95 centavo de dólar, ou 1,8%, a 1,096 dólar por libra-peso. Na última sexta, o arábica havia atingido uma mínima de mais de dois meses de 1,049 dólar.

* O arábica tem enfrentado pressão de uma safra recorde no Brasil, maior produtor global, em momento em que a demanda é afetada pelas restrições impostas a cafeterias e restaurantes em função da pandemia de coronavírus.

* Os estoques na bolsa se afastaram levemente de mínimas de 20 anos na última contagem, com operadores destacando o sucesso na classificação de algumas ofertas provenientes do Brasil.

* “O mercado vai se manter focado na quantidade de arábica semi-lavado do Brasil chegando à bolsa, e nós acreditamos que o café vai chegar e que o índice (para passar na classificação) vai melhorar”, disse o Rabobank..

* O Brasil terá uma safra de café abaixo da média em 2021 devido à seca prolongada dos últimos meses, disseram especialistas locais.

* O café robusta para novembro recuou 9 dólares, ou 0,7%, para 1.246 dólares a tonelada.

(Reportagem de Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)