Por Rajendra Jadhav e Chandini Monnappa

MUMBAI/BANGALORE (Reuters) – Agricultores indianos intensificaram seus protestos sobre três novos projetos de lei que, segundo eles, abrem caminho para que o governo do país deixe de adquirir grãos a preços garantidos, deixando o setor à mercê de compradores privados, como traders e varejistas.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi defende a legislação, aprovada recentemente pelo parlamento da Índia, como reformas que vão ajudar o amplo setor agrícola do país a se livrar de leis antiquadas.

Modi e alguns de seus ministros disseram que as novas leis ajudarão a remover os intermediários do comércio agrícola, permitindo que os produtores vendam a compradores institucionais e grandes varejistas, como o Walmart.

Nesta quinta-feira, agricultores de alguns dos grandes Estados do norte da Índia –importantes produtores de trigo e arroz– bloquearam ferrovias, forçando autoridades a cancelar a passagem de trens por algumas rotas locais.

As principais organizações agrícolas também traçaram planos para ampliar os protestos na sexta-feira, quando os partidos de oposição de todo o país devem se juntar às manifestações.

Na semana passada, a ministra de Processamento de Alimentos da Índia, Harsimrat Kaur Badal, renunciou em oposição às medidas, classificadas por ela como “antiagricultor”.

O partido regional de Badal, aliado do partido de Modi –o Bharatiya Janata–, e legendas de oposição disseram que os agricultores vão perder o poder de barganha caso seja permitido que grandes tradings e varejistas privadas comprem diretamente dos produtores.

O ministro agrícola, Narendra Singh Tomar, acusou nesta quinta-feira a oposição de enganar fazendeiros e disse que o país continuará a comprar grãos de produtores por preços garantidos definidos pelo governo.