BUENOS AIRES (Reuters) – As empresas agroexportadores da Argentina serão suspensas dos registros que habilitam os embarques se não cumprirem a norma que as obriga a liquidar as divisas obtidas com suas vendas em um prazo máximo de 15 dias, informou nesta quarta-feira o governo do país por meio de uma resolução.
A Argentina é a maior exportadora mundial de óleo e farelo de soja, além de terceira maior de milho. A receita cambial produzida por esses embarques é uma peça-chave para a cambaleante economia do país, que atualmente luta para evitar que suas já reduzidas reservas de moeda estrangeira sigam diminuindo.
Em uma resolução publicada no diário oficial, o governo argentino anunciou que para evitar que sejam desabilitadas do Registro Único de Operadores da Cadeia Agroindustrial (RUCA), as empresas agroexportadores deverão liquidar as divisas resultantes de seus embarques no prazo estipulado pelo Estado.
As operadoras cadastradas no RUCA estão sujeitas a “cumprir as normas cambiais do Banco Central da República Argentina, em especial a entrada e liquidação de divisas no mercado de câmbio, nos prazos e condições estabelecidos pela Autoridade de Aplicação”, indicou a resolução do Ministério da Agricultura.
O presidente da câmara de exportadoras e processadoras de grãos CIARA-CEC, Gustavo Idígoras, disse à Reuters que está de acordo com a resolução oficial.
“São bem-vindas todas as medidas que dão ao governo mais garantias para manter um controle total da aplicação das regulações atuais”, afirmou.
Em 2019, as empresas agroexportadoras da Argentina embarcaram um total de 12,246 bilhões de dólares em farelo e óleo de soja, segundo dados oficiais.
(Reportagem de Maximilian Heath e Hugh Bronstein)